quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Celebremos à solidão!

Ah, o fim do ano! Essa época que nos faz sentir tão pequenos, tão tristes, tão sozinhos. Cai sobre nossos ombros todo o peso das derrotas que sofremos, todas as perdas, as oportunidades que deixamos passar, as escolhas erradas, aquelas pessoas que tanto queríamos ao nosso lado por toda a vida, as escolhas certas e as erradas. Tudo volta na tua mente, te fazendo pensar incessantemente sobre o que fizestes neste ano, quão útil tu fostes, quantas atitudes boas tivestes, quais foram teus pensamentos negativos e palavras ruins que pronunciastes aos outros, como também quantos dos teus objetivos traçados conseguistes alcançar. Podes pensar que és um fracasso total, um ser tão repugnante se arrastando pela terra e que mal consegue terminar algo que começou, que não consegue se livrar daquilo tudo que já não faz parte de sua vida, mas que insistes tanto em carregar consigo. Ou talvez possas ter uma perspectiva um pouco menos dolorosa, perceber que ajudastes tantos que precisavam de ti, que fizestes aquilo que estava ao teu alcance, que destes o teu melhor. Por que não? Se isso for realmente a verdade não há problema em se sentir grato.

Chorar faz parte de meu ser, gosto de pensar que há tanto guardado em mim que meu espírito explode e as lágrimas escorrem como um meio de expelir tanta emoção, tanto sofrimento, tanto amor. Ou talvez eu seja apenas mais uma chorona no mundo, mais uma alma perdida dentre tantos pensamentos que já não consegue enxergar um rumo certo. Na verdade não consigo aceitar que exista o certo e errado, é tudo tão relativo! Acredito que exista amor, que o carinho seja necessário e que os sonhos possam se transformar em realidade. E tu, em que acreditas quando estas sozinho?

domingo, 30 de novembro de 2014

Sobre amigos e desconhecidos

Não preciso estar distante de alguém para sentir sua falta, pois a cada momento em que aprecio a companhia da pessoa costumo guardar fracionadamente tudo o que sinto naqueles instantes. Como se fossem páginas em branco sendo preenchidas com doses de amizade, amor, afeto, cumplicidade e atenção. Sou capaz de estar em tantos lugares ao mesmo tempo, multiplicada em espírito, lembrança, pensamentos e tantas outras formas de apreciação que me fogem definições. Guardo cada exata sintonia, cada pensamento compatível, conversas descontraídas e fico revivendo um após o outro. Talvez pareça nostálgico, de certa forma o é, mas essa construção solitária de métodos para se manter vivo tem funcionado bem até agora. Lembrar, reviver e ser capaz de ter fé novamente e novamente.

Aqueles mais próximos a mim sabem que valorizo as relações, sejam afetivas ou profissionais. Somos todos seres que necessitam de afeto, de atenção, não importa a ocasião. Sempre procuro oferecer meu melhor, até em dias os quais eu não estou muito bem. Afinal nem todos sabem dos meus problemas, como eu não sei dos outros. Ser capaz de pensar nisso todos os dias e em todas as pequenas etapas da vida faz uma grande diferença em nossa vida e na vida dos outros. Às vezes me afundo no fracasso de não poder ajudar todo mundo, mesmo tentando quase que compulsivamente. Sinto-me mal com isso, fico sinceramente triste. Gostaria que mais pessoas pensassem um pouco mais nas outras pessoas que os cercam diariamente, sejam familiares, amigos, colegas, enfim. O mundo precisa de muito mais cumplicidade e amor do que vemos hoje em dia. É terrível ficar pensando nisso, pesa muito nos ombros. Consolida-se como uma luta diária e infindável. Que eu continue firme, que encontre sempre a força que preciso.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Inquietações - parte 7

Ser capaz de sentir teu coração gritando com tanta força a ponto de congelar os sentidos faz com que tu já não tenhas controle sobre si mesma. Nada te instiga real interesse, as situações do cotidiano agora não te afetam mais, os dias perderam a cor, o brilho, e tu apenas consegues apreciar a beleza da penumbra. Talvez a Lua esconda tantos segredos que ainda lhe desperte alguma curiosidade. Talvez ainda exista algo, mesmo longe, mesmo há quilômetros de distancia que possa lhe completar algum dia, mas ter esperança demais depois de tanta desilusão pode não ser o mais recomendável pra ti. Tentar buscar o que sobrou depois de tudo, procurar algum resquício de sentimento em ti para tentar usar isso como suporte para se levantar não tem sido nada simples. Para uma pessoa que se sentiu perdida durante toda a vida, de repente se encontrou e logo em seguida se perdeu novamente isso não é tarefa fácil. De certa forma tu acabas perdendo um pouco a fé nas pessoas, se obrigando a acreditar que não possa ser diferente, se fechando mesmo que involuntariamente em si própria. Assim, naturalmente. Acaba matando toda a sua essência, suas esperanças, seus sonhos, tudo simplesmente se vai. Murcha, apodrece, tal como sua alma e seu coração. 

domingo, 2 de novembro de 2014

A chave

Tudo o que sentires é de tua inteira responsabilidade, seja positivo ou negativo. Por mais que penses em culpar alguém por aquele sentimento ao final de tudo saberás que o único responsável és tu mesmo. Mas então por que insistimos em ter tantas coisas negativas dentro de nós? Tantos pensamentos ruins que nos fazem chorar, ficarmos desesperados e tantas vezes sem ar? Por que fazer algo contra nosso próprio bem estar? Bem, sou apenas um ser humano com essas e tantas outras perguntas sem respostas, não esperem a resolução dos problemas do mundo em mim. O que posso dizer é que em grande parte das vezes que nos encontramos diante dos problemas a solução pode estar bem diante de nós, mas o desespero nos cego. Aquele papo de “respirar” realmente faz diferença. Ser capaz de dosar os sentimentos mesmo nas horas mais difíceis nos faz muito mais centrados para superarmos quaisquer que sejam os obstáculos. Não que seja fácil ser desta forma, mas é uma das maneiras que encontrei, por muitas vezes, de ser forte o bastante para enfrentar os problemas.
Teoricamente temos apenas uma única chance de vivermos, de conhecer pessoas, nos aproximar de algumas, criar laços fortes com outras, sentir saudade, sentir medo, sentir raiva, sentir amor, enfim, sermos capazes de sentir. Isso tudo é lindo! Me emociono toda vez que falo sobre sentimentos, me faz lembrar que ainda estou viva, que sou humana e que a cada novo dia possuo uma nova chance de fazer meu melhor. É isso que eu quero sempre, o meu melhor para mim e para aqueles que me cercam. Ultimamente tenho pensado muito nisso, às vezes esqueço do que realmente importa e alguns pensamentos negativos insistem em aparecer. Muita persistência nessas horas para não me “perder por aí”, meditação e logo passa. Mas a luta é diária, estando entre amigos, familiares, colegas de trabalho ou sozinha. Principalmente sozinha.

Resgatei muitos valores em mim nestes últimos dias, espero ser capaz de concertar algumas coisas que fiz por puro egoísmo ou preconceito. Como sempre serei sincera comigo e com os outros, tenho fé de que tudo o que aconteceu deva ficar para trás, servir como aprendizado, claro, mas de modo algum influenciar no futuro. Este apenas ele mesmo é capaz de saber. 

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Ampulheta

Até quando tu mentirás pra si mesmo? És realmente essa pessoa boa, querida, simpática, de coração bondoso que se preocupa com o próximo? Realmente tu se importas? Analise friamente ao menos agora, ao menos este minuto tuas atitudes. Melhor, as tuas últimas atitudes que envolveram outras pessoas. Te colocastes no lugar daquele o qual tanto te irritastes? Pensastes nem que por um segundo o que as tuas ações podem ter causado a esta pessoa? Ah, claro... esperavas mais consideração por parte dela. E o que ela esperava de ti? Isso não conta mais, não é? Afinal tu és o senhor da verdade, das ações inquestionáveis, da bondade absoluta e de tudo o que há de lindo neste mundo. Por favor, pare de ser hipócrita! Abra esses olhos, este coração, deixe os sentimentos entrarem, permita se sentir mal, errado, vergonhosamente desumano. É isso que acontece algumas vezes, as pessoas erram; é a vida. O que posso dizer é que essas coisas acontecem justamente para que possamos aprender. Irônico, eu sei, mas aceite. Seja sensível, escute. Pare de apenas apontar esse dedo, abaixe essa “crista”! Ninguém é melhor do que o outro por estar com a razão, normalmente quem muito almeja isso acaba estando errado no final das contas. Respire, aprenda a não ter pressa em falar, tua vez chegará. Da mesma forma que tu desejas ser ouvido outros também desejam, a ordem nesses casos precisa funcionar. Um após o outro, com calma, sem pressa, sem raiva, com os pensamentos em ordem. Respire. Até mesmo as melhores amizades uma vez ou outra precisam de um tempo, algumas sintonias se perdem, outros escolhem simplesmente ir. Deixe ir, não aprisione quem já não quer ficar. Deixe ir. Aproveite e se liberte também, o amadurecimento sempre vêm para acrescentar a nós, humanos. As coisas mudam, o que te faz pensar que as pessoas não?

Considere o que é ou quais são as coisas que realmente tu valorizas. Se entre elas estiverem pessoas aprenda a ceder. Nem sempre os planos sairão como o planejado, da mesma forma que seus amigos não precisam estar a tua disposição. Alguns poucos estarão, da mesma forma que tu para eles, mas isso é uma coisa rara. Diria que praticamente em extinção nos dias de hoje. Mas não se desespere, se tu tiveres a sorte de ter um bom amigo toda uma vida pode ter sentido, ainda mais se ele for como um irmão. Se for o caso, cuide dele. Mesmo quando a raiva for imensa, cuide. Não espere pra resolver um mal entendido, o tempo é mais valioso do que se pode imaginar, as pessoas fazem besteira a todo o momento, mas o principal erro é não consertar. Sinceramente, não perca tempo. Um dos maiores pesares da humanidade é o silêncio; ele não é reconfortante neste caso. Machuca, destrói, entristece. Fuja dele sempre que possível, mesmo que pra isso tu precises começar uma conversa com o estranho que acabou de sentar ao seu lado no ônibus, na lanchonete ou na praça. Aproveite, converse! Conhecer pessoas pode ser uma experiência divertida, além de render boas amizades. Não tenha medo, fale! Ria! Cante! Grite! Viva!

sexta-feira, 17 de outubro de 2014

Inquietações - parte 6

A rotina de todos os dias nos faz acumular tensões, pensamentos, vontades e raivas de uma porção de coisas as quais vêm junto com todo aquele estresse. Se o tempo estiver muito quente (tipo o inferno na terra) tu se fechas no ar condicionado com a maior potência possível; se está frio tu acabas se fechando em casa, no conforto do lar. De ambas as formas tu acabas se fechando em seu próprio mundinho, seja ele de ideias, de ócio, de tristeza ou de estática pura. Tanto faz, é apenas a sua vida passando, certo? Quem se importa com isso? Ninguém. Ninguém vai te salvar, te ligar, te mandar uma mensagem (seja ela do espaço, no celular ou por e-mail), bater na porta da tua casa pra saber notícias tuas. Não espere, ele não virá. Bem que dizem que no fundo de toda a tristeza sempre há um pouco (ou muito) de falta de amor. Falta de um amor...
Os planos mais loucos normalmente aparecem de repente, e devem, por decreto estabelecido pelos seres mais loucos de todos os tempos, serem colocados em prática imediatamente. Nessas horas a companhia de amigos que não pensem muito se topam ou não a ideia faz toda a diferença. De repente nem precisa ser algo tão absurdo, pode ser uma escapada da civilização para alguma cachoeira escondida em uma tarde qualquer, apenas ir. Algumas horas tão aconchegantes regadas à muitas risadas e possíveis tombos. Sem pressa, sem estresse, sem pensar muito. Tudo bem que esse foi um belo exemplo, principalmente se tu fazes o estilo “bicho do mato” ou “torrando na sombra”. Essas pequenas coisas me ajudam a continuar na luta diária, a acertar os pensamentos e fortalecer aqueles laços tão importantes ao longo da vida.

Poxa, eu acho que pessoas com essas ideias malucas, impulsivas e sedentas por algo não poderiam estar nessa terra fadadas ao esquecimento. Devem haver outras como elas, como eu. Seria triste demais chegar à conclusão de que a “missão” pra essas pessoas é a solidão. Recuso-me a crer! Além do que a vida é bem  mais que essa porcaria toda que nos tira o sono. Acredite.

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pedaços espalhados

“Você não mudou nada, cara. Só a idade que mudou, o resto continua tudo igual”. Lembro-me dele me dizendo isso durante uma de nossas longas e diárias conversas pelo celular. Acho que ele não sabia, mas sempre me preparava para ter todo o tempo livre do mundo para poder ouvi-lo falar, rir e me fazer sonhar. Foi assim durante alguns meses, um contato sagrado o qual estabelecemos quase que como um mantra. Fazia-nos bem, sei disso. “Você não mudou nada”, e de repente tudo mudou pra mim. Da segunda vez pra melhor, quase que como num conto de fadas, mas da terceira posso dizer que se pareceu muito mais como algum poema de Byron. Depressivo, obscuro, confuso, melancólico e desesperador. Foi assim que tudo começou e acabou de novo. Estranho repensar isso depois desses quatro meses. Nostálgico. Sabe, ainda me pego pensando nele, naqueles olhos claros dos quais eu tanto necessitava olhar e que agora ao invés de abrir os meus para os enxergar preciso forçar minhas vistas para relembrar. Dói. Nem faço mais esforço pra esquecer, sei que não é o que meu coração quer. Deixa que o tempo sabe o que fazer, se destrói, se traz de volta ou se me leva junto com ele. Tanto faz, não tenho mais certeza; na verdade é bem provável que eu jamais tenha tido. Quando paro e penso nele sempre me pego sorrindo. Sabe, aquele sorriso frouxo no começo do dia ao acordar, aquele durante a tarde por estar em algum lugar que me faz lembrar, ou ainda à noite antes de pegar no sono. Ele sempre esta comigo, meio louco pensar desta forma, mas é isso que sinto mesmo depois de tanto tempo.  “Você não mudou nada”, realmente não e pelo visto não pretendo mexer nisso tão cedo. 

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Catarse diária

Sabe quando a solidão começa a ser realmente um problema? Quando ela começa a te incomodar. Pode acontecer de uma forma progressiva, de repente um belo dia tu percebes toda a agonia presente naquele buraco todo, ou pode ser um desespero constante que vai aumentando com o passar dos anos. O que posso dizer é que tudo isso é uma grande merda. Não sei se essa minha inconstância é algo pessoal ou outros seres vivos passam por isso, porque não conheci até hoje alguém que realmente se importasse com essas coisas, que demonstrasse ao menos a metade de meu desespero. Talvez eu até tenha conhecido alguém assim, mas quem sabe essa pessoa seja mais covarde do que determinada pra realmente mudar toda uma situação desagradável em sua vida. Pior do que apenas a solidão é a junção dela com a saudade. Caramba! Quando isso acontece (o que me é tão familiar) não há coração que aguente. Já sou uma pessoa extremamente sensível, quando resolvo me afundar nessas porcarias sentimentais nunca acabo bem, mas não é algo que eu possa recuar, entendem? Dizer a uma pessoa o que ela pode ou não fazer, quem ela pode ou não amar e quais sentimentos ela deve expressar sendo que durante toda sua vida sempre exprimiu com total sinceridade e liberdade tudo o que lhe pareceu relevante é a pior prisão de todo o mundo. Viver com algo tão forte guardado em seu coração e não poder gritar sobre isso funciona com uma bomba relógio.
Parei hoje e me deixei levar por todo o desespero que sentia, já fazia algum tempo que estava me controlando pra evitar isso, visto que sempre acabo muito debilitada quando resolvo me “entregar a tristeza”, mas hoje não tive como escapar. Acordei e me deparei com o tempo fechado e a chuva fina que caía pela manhã. Percebi que estava frio, senti aquela sensação gostosa de estar enrolada ao edredom, deitada na cama e ouvindo o barulho da chuva. Aquele cheiro de mato molhado, sabem? Adoro esse conjunto todo, ainda mais no meio da semana, parece que ameniza um pouco o cansaço do trabalho e de todo a correria diária. Poderia ser mais um dia comum, eu me levantar, tomar um banho, arrumar as coisas para o trabalho e não pensar muito. Realmente, quando não precisamos pensar parece que as coisas passam mais rápidas e plácidas. Comigo isso é bem difícil de acontecer, e hoje foi um daqueles dias difíceis no trabalho, principalmente porque fui colocada em uma situação a qual eu não tinha nenhuma responsabilidade de estar. Enfim, ossos do ofício.
Durante o caminho pra casa percebi que estava com o guarda-chuva aberto quase que por hábito, afinal estava chovendo muito e em minha mochila estavam os livros das turmas, provas, trabalhos... desisti do guarda-chuva, me permiti ser molhada por aquela água toda, senti a temperatura cair, o arrepio em minha pele e as gotas  de água que embaçavam minha visão. Cheguei, corri para o quarto, fechei a porta, larguei a mochila e gritei. Alguns chamam isso de catarse, se não me engano. Já havia feito isso algumas vezes, e lhes garanto que em nenhuma delas tive uma experiência agradável. Dizem que alivia o estresse da pessoa, servindo como uma descarga emocional. Ou essas pessoas estão mentindo, ou eu tenho realmente um grande problema. De todo o modo o desespero não é algo com o qual alguém possa viver bem, a maioria das pessoas que sentem isso e não conseguem raciocinar sobre seus atos acabam fazendo grandes burradas levadas unicamente por esse sentimento destruidor. Eu devo ser bem madura nesta questão, até hoje o máximo que fiz foi gritar sozinha em meu quarto.

O que realmente gostaria de dizer é que existem pessoas que fazem uma falta imensa em minha vida, principalmente porque são elas que me impulsionam sempre a continuar seguindo, a pensar positivamente e nunca desistir do que tanto almejo. Não tenho problema algum em procurar meus amigos, começar uma conversa ou até mesmo marcar algum encontro, afinal não existe outro meio se não a comunicação para que eles saibam que gostaria de vê-los. Porém não ser procurada, não receber nenhuma demonstração de preocupação muitas vezes me deixa entristecida. Carência talvez, mas creio que seja muito mais uma questão de amizade e de preservar por perto aqueles os quais tu realmente queres ter ao teu lado.  

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

Bizarrices comportamentais

    Vida social é um porre. As pessoas possuem o “dom” de serem capazes de estragar totalmente teu dia se algo negativo acontecer nas primeiras horas da manhã, ou acabar com um fluxo positivo que estava contigo desde o momento em que acordastes, basta uma palavra, um olhar, uma atitude que acaba te deixando puto da vida. Esses tipos de gente não se importam com isso, alguns até se sentem intensamente felizes por terem te feito mal, como se tomassem para si um tipo de “mantra” diário embasado na tristeza alheia. São uns babacas! O duro é que nem precisa ser uma pessoa desconhecida pra te ferrar, quantas pessoas existem no teu convívio social as quais te fazem sentir uma vontade quase que arrebatadora de bater, xingar, explodir ou mandar pra outro planeta? Esses tipos são aqueles que diariamente te tiram o bom humor, a crença de um mundo melhor, a esperança nas pessoas. E isso é terrível! Muitas vezes me pego pensando, duvidosamente, qual seria a melhor atitude a se tomar nesses casos: partir para a ignorância, confrontar, bater boca e fazer com que a pessoa se “toque” que esta deveras errada, ou me segurar, abaixar a cabeça e esperar que ela se “ferre” por conta própria? É bem complicado em um momento de extrema tensão ser capaz sequer de pensar, ainda mais estipular duas opções possíveis para a próxima atitude a ser tomada. Mas eu consigo, mesmo que seja uma fração de segundos os quais utilizo para raciocinar intimamente, me seguro, escolho uma das opções e faço. Normalmente prefiro ficar quieta, afinal mesmo com todos os argumentos e fatos do mundo muitas pessoas ainda são totalmente ignorantes. Vida cruel. Sociedade burra. Burra!
     Honestamente cada vez mais meu círculo de amigos esta restrito, não sou uma pessoa que consegue se relacionar com todos os tipos de gente, desenvolver qualquer conversa estúpida e desinteressante. Não é questão de preconceito, mas sim de interesses pessoais. Alguns dizem que sou muito “intelectual” para uma conversa solta, o que discordo. Ninguém é obrigado a ter os mesmos interesses que eu, mas certamente que se houverem pontos em comum será muito mais “fácil” conversar e interagir comigo. O que não significa que eu não seja capaz de conversar sobre qualquer besteira, afinal se há uma sintonia entre as pessoas o assunto pode ser até sobre o tempo que certamente será incrível. Não é mesmo?
   Novamente preciso falar sobre a sinceridade, porque existem tantas pessoas que insistem em não priorizar isso que me faz ficar puta da cara (de novo). Poxa, não há sentido em querer ser algo que tu não és! Ou pior ainda, querer ser outra pessoa. Bá, quando vejo isso acontecer tão perto de mim a vontade que sinto é de sair correndo para as colinas. É tenso! É assustador! Socorro! 

segunda-feira, 8 de setembro de 2014

Ossos do ofício?

   Esta semana e semana passada estão bem tensas pra mim, muitos episódios desagradáveis em meu emprego tem me deixado um tanto quanto triste, além de preocupada com uma série de coisas. Não vou entrar em detalhes, não é necessário, mas como sempre escrevo sobre o que sinto e penso achei justo escrever sobre este assunto neste post. Como alguns sabem sou professora, dou aula em um colégio da rede pública de minha cidade, desde a época de meu estágio fiz questão de que fosse em colégio público. Nada contra professores que lecionam na rede privada, mas eu não me sinto à vontade com uma série de “autoridades” impostas por ela, principalmente no que diz respeito ao meu modo de ver o ensino e minha metodologia dentro de sala. Enfim, sempre digo que não sou o “tipo” de professora pro ensino regular. Alguns podem me julgar por isso, acontece. Mas isso já é uma conversa pra algum outro dia.
      Quando os docentes dizem que já não está fácil cumprir o horário de trabalho, que sofrem com as condições de serviço, de salário e principalmente de reconhecimento pelas autoridades e pela própria população estão sendo até muito educados expondo apenas alguns poucos fatores dos quais precisamos nos confrontar diariamente. Com todo o respeito, senhores pais, senhores responsáveis por uma criança ou adolescente que frequente a rede pública de ensino, seja qual for o período, vocês não fazem ideia do que seus filhos, sobrinhos, irmãos ou netos fazem no período em que passam dentro da escola. Sinceramente, vocês não conhecem seus filhos! Ou talvez a ideia de que respeito se aprende em casa realmente já esteja ultrapassada demais para esses tais “tempos” em que vivemos hoje. Já não há em grande parte dos alunos a noção de onde se encontram, para qual finalidade se locomovem até as escola todos os dias durante a semana toda, tomando grande parte de suas vidas. Perderam o senso comum, se julgam os “donos do mundo” mesmo antes de completarem se quer o ensino médio, sem conseguir tirar uma nota azul nos quatro bimestres, sem passar um dia sem precisar ser chamada sua atenção durante a aula por conversas, gritos e falta de produção em sala de aula. Não há respeito, no lugar disso preferem bater de frente com o professor, competir com ele, sendo que não há jogo, não há ganhador ou vencedor nesta conotação totalmente evasiva em que se estabelece na mente do meliante. Sim, já não se trata mais de um aluno em sala de aula, mas sim de um qualquer que esta preparado a tomar as atitudes mais idiotas e burras de sua vida apenas por ter sido confrontado, por ter seu pedido negado ou apenas pela sua falta total de bom senso. E o professor? Bem, este parece ser obrigado a conviver com todas essas situações todos os dias durante seu horário de trabalho na escola, correndo risco de morte porque nunca se sabe qual será a próxima atitude do meliante que se encontra, constantemente, à sua frente. Seu trabalho hoje é sinônimo de perigo, de morte, de medo. Irônico se pensarmos que o principal “papel” do professor é o de “formar o caráter” do aluno.

      Agora, me digam, me deem uma solução que realmente funcione para estes e tantos outros problemas que nós, professores, enfrentamos todos os dias. Alguém se habilita? Acha que consegue fazer melhor? Eu duvido, e todo esse sentimento de raiva, de tristeza, de medo e de indignação continuará comigo depois desta noite, e lhes garanto que não sumirá após eu retornar para as salas de aulas amanhã.  

domingo, 24 de agosto de 2014

Sobre a ideia ilusória de controle

    A vida é realmente uma sacana. Tu percebes ao longo do tempo que és obrigado a se encaixar em uma série de condicionamentos impostos pela sociedade como forma de seguir tua vida com um pouco de dignidade. Sabe, trabalho, estudo, convívio social e essa chatice toda. Sim, chatice, porque por mais que tu realmente estejas em uma área profissional que gostes, tenha amigos sensacionais e lugares incríveis pra frequentar (o que não é o meu caso) chega uma hora que tu não aguentas esse “tranco” todo. Talvez seja o peso da rotina, a obrigação de sempre estar lá, de fazer tal coisa e de se programar para nunca perder os prazos. Isso é uma coisa extremamente chata! E não me venha falar sobre ordem e responsabilidade que lhe darei um porre de argumentos!
     Além de todos esses fatores os quais mencionei ainda tens que estar preparado para os possíveis contratempos e “surpresas” da vida, o que na verdade em algumas ocasiões pode ser a salvação. Pense comigo, tu esquematizas tua semana inteira, anotas os compromissos, lugares que deves estar, pessoas com as quais precisas falar quando de repente algo sai errado. Simples assim, não depende de ti, foi algo que “aconteceu” e te impede de concretizar aqueles teus planos feitos no fim de semana. E aí, o que tu sentes? Raiva! Esse sentimento que te consome por inteiro e nem mesmo tu tens o controle disso, da mesma forma como não tinhas quando planejou teus compromissos, e menos ainda sobre tua própria vida. Essa é a verdade dos fatos, meus caros! Não temos controle de nada, e aquele que disser o contrário é um babaca iludido.

     Costumo pensar que não envolvendo o lado emocional podemos nos focar melhor, não sofrer e ainda conseguir ter uma visão mais ampla sobre qualquer assunto. Bem, comigo costuma ser assim, de modo que quando acontece algo que me envolva sentimentalmente... socorro! Quem acompanha meus textos pode ter percebido uma dose extra de sofrimento e desespero nos últimos três meses, mais ou menos. Não tem sido fácil, nada costuma ser, mas acho que agora consegui resolver um dos piores problemas sentimentais meus deste ano. Digo que acho porque, como disse anteriormente, não temos controle de nada. O que me importa agora é conseguir continuar a minha vida, ser forte pra suportar o próximo imprevisto e pedindo de todo o coração que seja apenas algum problema no trabalho, porque o coração não se cura tão rapidamente de um corte tão profundo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O repensar contínuo

Em algum momento de tua vida já tivestes a impressão de não ter feito nada que fosse realmente relevante? Alguma coisa que lhe deixasse feliz por mais do que um breve momento, que lhe tocasse sinceramente a alma, o coração e te fizesse ter a certeza de que estavas no caminho certo? Momentos como este me atormentam continuamente, não me deixam parar de pensar como teria sido se eu tivesse me comportado de maneira diferente perante tal problema, me assombram com perguntas sobre quem sou hoje, o que me tornei depois de tantos anos e principalmente as pessoas as quais eu sempre nutri sincero amor e que de repente desaparecem de minha vida. Situações que fogem ao nosso controle, mas o sentimento que permanece é aquele de poder ter sido capaz de segurar forte aqueles os quais tanto queria ao meu lado pelo resto de minha vida.
Sinto-me destruída, velha, perdida e com muito medo do que possa acontecer daqui por diante. Não tenho muita certeza da onde estarei daqui alguns anos, se o que estou fazendo hoje é realmente necessário para minha “evolução” como pessoa, mas acho que abrir mão de algumas coisas ao longo do percurso é totalmente válido para se chegar ao ponto almejado. Talvez quando eu conseguir atingir meus objetivos perceba o quanto inútil fui passar tantos anos me dedicando a ele, como deixei passar tantas vezes por mim oportunidades de mudar totalmente o rumo das coisas e o que fiz foi simplesmente ignorar. Pode acontecer. Mas no ritmo que anda minha vida, honestamente, não tenho muitas opções. Quero dizer, nada realmente tem me motivado a ponto de me fazer mudar radicalmente meus planos, não tenho motivos fortes o bastante para jogar tudo pro alto, entendem? Há pessoas que dependem de mim, mesmo que isso pareça meio imbecil de se dizer, e não tenho o hábito de deixar quem depende de mim no vácuo. É uma questão de princípios, de consciência e de medo. Sim, medo. Afinal seria muita prepotência se não assumisse que tenho medo do que ainda não conheço.

Desespera-me saber que cada dia que passa é um dia a menos. Planos que deixei de colocar em prática, pessoas as quais deixei de conversar, sorrisos que deixei de ver, situações que deixei de viver... um dia perdido preso à rotina, fadado ao esquecimento e aos arrependimentos em algum momento no futuro que eu já não terei as mesmas chances de hoje. De ontem, enfim. 

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Diário de uma louca

   Ela acorda às 2h e não consegue mais pegar no sono. Sabe que em partes a culpa é sua, chegou do trabalho ao fim da tarde, jantou, perdeu alguns minutos em frente à televisão e caiu no sono. Dia cansativo, como todos os outros. Algumas alegrias durante o trabalho, seus alunos arrancam alguns sorrisos ao longo das aulas, mas nada demais. Ela sabe que se não fossem eles talvez não houvesse motivação alguma para sair da cama, onde ela se encontra neste exato momento. E pra finalizar o tédio da madrugada ainda chove. Essa chuva que começou na madrugada do dia anterior durou a tarde toda e ainda cai lá fora. Céus! Ainda! Ela sempre achou incrível admirar a chuva, o vento, o sol. Esses fenômenos da natureza que, de alguma forma, a deixavam hipnotizada por horas. Mas isso mudou um pouco. Hoje em dia ela já não se sente tão à vontade enquanto chove, estando ou não se molhando. Talvez a constância das chuvas em sua cidade e nas cidades por onde passou durante suas férias recentes tenham contribuído para que tal encanto diminuísse. Na madrugada solitária, fria e chuvosa ela começa a sentir-se agoniada com tanta chuva. Não há para onde fugir, se esconder, ignorar. Os fones podem abafar o barulho das gotas que caem lá fora, mas ela ainda assim sente aquele cheiro de mato molhado e sabe exatamente que a chuva não parou. Esta lá, soberana, molhando tudo e todos que não possuem um abrigo. O que ela, humilde ser humano, com sua crise habitual de insônia iria fazer a este respeito? Nada. Chorar talvez alivie seu estresse por algum tempo, mas ela já cogita a insuportável dor de cabeça pela qual terá que passar se entregando ao desespero das lágrimas. Não, melhor segurar o choro. Olha para seu lado, sobre seu puff feito de garrafas pets se encontram dois livros, um o qual fez questão de comprar por se tratar de um autor admirado, Bukowski, e outro que ganhou. Também há uma simples lâmpada que a impede de ficar na penumbra absoluta do quarto, muito útil para seus momentos de leitura durante a madrugada. E com isso ela lembra que já devorou algumas páginas do livro naquela noite, mas que havia interrompido a leitura por conta de sua irritação com a chuva. Oh! Finalmente ela parou! Percebe instantaneamente que já não há som de sequer uma gota de chuva caindo e se sente melhor. Respira profundamente algumas vezes e agradece à mãe natureza por ter dado uma trégua. Tudo bem, agora talvez seja uma boa hora de desligar a luz e dormir, certo? Inveja aqueles que conseguem fazer isso, ainda mais àqueles que estão em sono profundo por horas enquanto ela ainda continua acordada. Por que é assim? Quantas vezes tentou usar medicamentos para se ter um sono saudável e horários normais, frustrando-se ao se deparar com um cansaço excessivo durante todo o dia. Optou por não usar mais nada, não tentar mais nada. Quem sabe ela seja um caso perdido, ou nem isso. Casos perdidos algum dia foram encontrados por algo ou alguém que os perdeu, certo? E se ela apenas existisse sem uma razão específica? É, pelo jeito a madrugada vai ser longa.

segunda-feira, 21 de julho de 2014

Inquietações - parte 5

Há algo extremamente sedutor, intenso e irresistível no que é fúnebre. Uma atmosfera que te envolve, que te fazes pensar em aspectos complexos demais para serem compreendidos em um resquício de tempo determinado por uma música ou por uma breve conversa entre amigos. Questionamentos os quais precisam de uma vida inteira para serem analisados com calma, precisão e paciência, afinal a maioria das respostas das quais tanto temos essa necessidade louca de conseguirmos de nada vale realmente. De modo que, ao fim, não seria irônico? 

domingo, 13 de julho de 2014

Sempre na memória

Tenho em mim um sentimento de imensa tristeza ao ter que deixar pessoas e lugares para retornar a casa, como aconteceu com o fim das minhas férias de Julho. Não sei explicar, me emociono tão facilmente com lugares, com dias diferentes e com pessoas tão queridas ao meu lado. Essas últimas duas semanas foram as mais maravilhosas que eu já tive há tempos! Principalmente por estar perto de quem eu gosto tanto e de pessoas das quais a saudade fala alto demais com tamanha distância.
Conhecer gente, conversar e descobrir inúmeras coisas em comum é sempre lindo, ainda mais quanto tu se sentes totalmente à vontade com apenas poucos minutos de conversa. Agradeço ao imenso universo por estar cercada de amigos tão queridos que insistem em me fazer tão bem. Sei que a distância machuca, mas não é uma desculpa para se perder o contato, pelo contrário, a vontade louca de conversar aumenta ainda mais, querer contar como foi o dia, o que aconteceu de surpreendente e até mesmo as coisas mais terríveis que nos fazem chorar. Pequenas atitudes que acabam somando ao longo do tempo, estas sim decisivas para distanciar ou unir ainda mais.

Agora me vejo novamente em meu quarto, olhando para minha prateleira de livros, muito bem organizados, minha mesa, meus cadernos, minha cama, meus cd´s, minha bagunça... tudo que ficou um tempo longe de mim e que eu não tive saudade. Cada vez mais acredito que é possível se viver com pouco se tratando de bens materiais, porque o que realmente nos faz felizes e plenos são as pessoas que vivem conosco.  Sabe, aquela bagunça louca um pouco antes de sair para algum show, a companhia nas horas das refeições, os pedidos de opiniões sobre uma roupa ou cabelo, questionamentos sobre o tempo que podem durar minutos, e as risadas! Aquelas risadas que te tiram o fôlego e até mesmo lágrimas de tanta felicidade. Aquele olhar que te desvenda em um segundo, juntamente com um sorriso que te faz querer imensamente bem aquela pessoa que esta ali, bem a sua frente, mas que demorou tanto tempo para finalmente estar. Dessas coisas eu sinto falta, de todos esses pequenos pedaços de mim que acabam ficando espalhados por aí.

sexta-feira, 4 de julho de 2014

Férias

Sabe aquele papo de sair da zona de conforto? Pois bem, isso realmente funciona em praticamente todas às vezes comigo, e ainda me pego surpresa. Estar de férias e pulando entre algumas cidades, vendo amigos, conhecendo gente, quebrando totalmente a rotina triste e infeliz de cada dia muda nossa alma! Claro que me pego cansada algumas horas, com uma pontinha de desejo de poder estar em meu quarto, com meus filmes, meus livros, no sossego, mas isso dura apenas um segundo quando olho ao meu redor e vejo as pessoas fantásticas que estão me ajudando a mandar a monotonia pro espaço. Acho que esse é um dos segredos para a felicidade, sabe? Desligue-se, corra, fuja, suma! E se puderes contar com pessoas para isso, melhor ainda.

sábado, 28 de junho de 2014

Promessas

Tudo o que foi dito com sincero amor perdura por quanto tempo depois que duas pessoas se separam? Me pego pensando nisso e sinto um imenso medo de me deparar com uma realidade que talvez eu não tenha nem se quer imaginado nas piores das hipóteses. De minha parte as palavras possuem tanta importância quanto ações, uma vez que certas pessoas se sentem mais confiantes em falar tudo aquilo que desejam fazer do que fazer de fato. Quem sabe por falta de coragem, afinal grandes mudanças acabam envolvendo outras pessoas as quais nem sempre irão concordar com tuas iniciativas, enfim. Particularmente fazer e falar estão na mesma medida para mim, consigo lidar bem com ambos sem sofrer com isso. Quero dizer, de fato eu consigo fazer grande parte do que falo que irei fazer, não me importando muito como ficarei interiormente ao final de tudo. Mas o fato é que, mais uma vez, a maiorias das pessoas não são assim, então me questiono sobre tudo aquilo que foi dito enquanto havia a proximidade mútua. Se houve essa quebra de convivência, seja por imposição ou apenas desleixe, o que acontece com as palavras? O que fazer com tantas palavras que ecoam na mente, no coração e nas lembranças de um passado que ficou tão distante de repente?

As promessas permanecem valendo mesmo depois do afastamento, ou ambos estão “livres” para contar tudo o que foi confidenciado um ao outro? É uma loucura tentar desvendar os pensamentos do outro, querer ser capaz de alguma forma continuar a estar presente no cotidiano, ouvir e sentir todas as palavras que outrora eram tão suas. Momentos tão singulares que se tornaram pedaços de felicidade e que tão ferozmente foram arrancados, dilacerando por completo. Me diga, o que fazer agora? Aquelas palavras ainda valem?

terça-feira, 17 de junho de 2014

Inquietações - parte 4

O olhar baixo,
Vento balançando o cabelo no rosto,
Aquela nostalgia que ela já conhece bem.
Madrugada inteira acordada,
Pensamento fixo no passado,
Coração implorando pelo presente.
Menina vá dormir,
Deite, apague a luz e simplesmente durma,
Não é tão difícil assim afinal.
Enxugue essa lágrima,
Acalme esse coração,
Desista, ele não vai ligar,
Nenhuma mensagem nova vai chegar,
Desligue-se.
Ela acha que isso tudo não vai durar muito,
O tempo ajuda,
As pessoas se esquecem.
Quem sabe ela consiga ser uma dessas pessoas,
Fingir que esta bem,
Sorrir sem desejar chorar,
Caminhar pelas ruas sem olhar as árvores,
Prestar menos atenção nos detalhes,

Viver?

sábado, 7 de junho de 2014

Prosseguir

Estou te deixando pra trás, permitindo que a cada dia meu pensamento seja tomado cada vez menos por tuas lembranças, que meu choro se torne cada vez menos frequente assim como a vontade de te querer ao meu lado. Vou me permitir te esquecer, te deixar ir seja pra onde for, simplesmente não quero ter comigo algo que me faça tão triste da forma como isso tudo me deixou. Duas pessoas devem somar uma à outra, não diminuir, de modo que se tu não podes fazer isso comigo prefiro de deixar. Sabe, apenas vá. Esta não é hora nem a forma como realmente queremos, então é melhor esquecer. Não irei mais pensar, procurar caminhos os quais me levem até ti, chega disso. Quando a saudade bater irei lembrar, sentir por alguns minutos todo aquele amor, toda aquela falta que tu fazes pra mim e logo depois esquecer. É como resolvi tocar a vida, a minha vida. Não lhe desejo mal algum, jamais, apenas preciso te expulsar de mim, entende? Poucas palavras, porém sinceras. Fiques bem.

sábado, 31 de maio de 2014

Zelo

Sempre fui a mais transparente possível em tudo o que venho escrevendo até aqui, sinto que minhas palavras podem, de alguma forma, confortar outras pessoas que tenham pensamentos semelhantes aos meus ou que se sintam tão confusas quanto eu. De maneira alguma escreveria algo que fosse contra o que realmente sinto ou sou, não vejo motivos para isso, de modo que este post é uma forma, no momento a única, que tenho de tentar fazer com que minhas palavras cheguem até uma pessoa em especial. Uma pessoa pela qual tenho profundo carinho, com quem tive a oportunidade magnífica de passar momentos únicos e belos durante tão pouco tempo, mas que foram suficientes para que me marcasse tanto a ponto de eu estar aqui a falar dela. Por muitos motivos alguns de meus últimos textos possui uma carga quase que total a respeito desta pessoa, e sei que ela sabe disso. Talvez o que eu escreva agora infelizmente não chegue até seus olhos, é um risco pelo qual eu preciso estar ciente, uma vez que minha necessidade de que ela leia estas linhas já é maior do que tudo.
Primeiramente, me desculpe. Sei que muitas das coisas pelas quais passamos nos últimos meses não deveriam ter tomado este rumo tão precipitadamente, tenho consciência de que minha ansiedade por querer-te ao meu lado possa ter te levado a desprender-te da cautela pela qual sempre quisestes ter, mas não vejo isso como um erro. Se andamos no mesmo ritmo é porque havia pressa de ambos os lados, mesmo com uma total falta de planejamento referente as mudanças que certas atitudes iriam determinar na vida dos dois. Sabe, o coração muitas vezes precisa tomar as rédeas da situação, mostrando o quanto a mudança se faz necessária para a transformação benéfica de algo que passou por tanto tempo estagnada somente pela vontade alheia. Acordar para essas coisas da vida muitas vezes requer um certo choque, mesmo que doloroso.
Continuando, estando plenamente certa do que sinto e do que tu também sentes por mim, pautado em anos de silêncio e espera, o que posso dizer além do que já lhe disse? Tantas coisas que não precisam ser tratadas com tanta complicação e que fazes delas algo a impedir-te de, finalmente, conseguir levar uma vida pela qual há tempos sonhas. Por quê? Lembras do quanto lhe falei que duas pessoas não são obrigadas a viver na mesma infelicidade, muito menos envolvendo outras pessoas nessa bola infindável de sofrimento? Pense, mudar pode parecer algo tão fora de cogitação para certas pessoas que é exatamente o que devemos fazer em nossa vida, a qual temos apenas uma para fazer valer realmente a pena.
É tão irrelevante dizer o quanto estou mal com tudo isso, quantas vezes ao dia me pego tentando conter as lágrimas que meus pensamentos insistem em explodir sem ao menos me dar um resquício de chance para fingir. Sinceramente não tento mais, sou tão fracassada na tentativa de me iludir, falando para mim mesma que isso tudo logo irá passar, que irei superar, ou até mesmo impulsionando meu cérebro a apagar todas as lembranças possíveis e prováveis como uma maneira de ocultar o que realmente aconteceu entre nós. Não consigo. Hipócritas aqueles que dizem que a vida continua após algo tão estrondosamente impactante ocorrer em suas vidas, bem que talvez coisas como estas não aconteçam a todas as pessoas.

Poderia escrever muitas linhas mais, tentando desesperadamente descrever minha total falta de orgulho quando venho por meio destas te pedir de todo o coração que, se tudo aquilo ainda vale tanto, que se tua sinceridade e teu amor ainda existem, volte. Apenas volte. Não sou tão forte como imaginas, nem tenho tanto autocontrole como tens, então, por favor, quebre este silêncio.

sábado, 24 de maio de 2014

Transfiguração

Ao longo de nossas vidas quando preferimos cultivar o bem no lugar do mal, a alegria ao invés da tristeza, preferindo a sinceridade em qualquer circunstância, o sofrimento cada vez torna-se menor. Como se realmente fosse algo gradual e dependente daquilo que tu fazes. Atitudes tomadas precipitadamente, levadas apenas pela necessidade momentânea, falta de reflexão perante uma grande mudança ou ainda reviravoltas que a vida teima em nos dar. Qualquer que seja a situação devemos ser maduros o suficiente para respirar, nos isolar e meditar sobre todas as partes envolvidas. Medir nossos sentimentos conforme a realidade, estudar as inúmeras possibilidades que nos são expostas a cada novo passo de nossa vida e somente depois tomar a decisão final. Escolher o caminho menos árduo ou optar pela estagnação presente nem sempre significa a resolução dos problemas, na realidade não se trata do tamanho da dificuldade que deve ser enfrentada para se chegar ao final, mas sim a resposta mais sensata. Não há um tempo para essa meditação ser feita, algumas pessoas conseguem passar do estágio do sofrimento ao momento de reflexão em algumas horas apenas, talvez pela constância da qual sempre passam pelo mesmo processo. Outras necessitam de alguns dias, isoladas e em sofrimento profundo para poderem absorver e abstrair tanta dor. Há situações em que esses níveis não dependem somente da pessoa, uma vez que todos os seres humanos acabam se envolvendo uns com os outros nesta vida, consciente ou inconscientemente. Nesta parte de sofrimento o amadurecimento psicológico e sentimental de uma pessoa influencia ativamente no tempo, como se ela já houvesse lido o mesmo livros diversas vezes, soubesse qual é o enredo, as personagens, tempo e espaço. O que pode lhe ser novo são os detalhes, aqueles que a cada nova leitura se acentuam entre os fatos já ocorridos.
Quando nos percebemos inseridos em uma vida da qual não nos faz feliz acabamos sentindo uma imensidão de sentimentos, muitas vezes negativos, que nos confundem, nos desespera e nos faz ficar sem foco. Desespero. A falta da calma nos impede de pensar, primeiro erro do ser humano em tais situações. Somos todos mutáveis, assim como a natureza. Persistir na infelicidade por uma ilusão em se fazer feliz terceiros é uma atitude tão errônea, como se alguém fosse se sentir completo sendo a causa da infelicidade de alguém. Claro que existem pessoas ruins as quais esse tipo de sentimento devem as acompanhar, mas tenho fé que nesta vida muitos ainda tenham um bom coração. Sabe, aquele desejo de fazer o bem sincero e se sentir feliz e completo com isso. Assim que me sinto, é esse meu impulso diário para unir forças contra a preguiça, a tristeza, a solidão... quando centralizamos nosso pensamento em atitudes positivas nosso corpo se enche de positividade também, e é possível até perceber pequenos sinais da vida te retribuindo isso.  Creio que esteja ligado, já mencionei em outras instâncias a possibilidade de se existir um ciclo na vida em relação a todas as nossas atitudes, da mesma forma para mim isso é válido quando falamos de sentimentos, da dor. Quando passamos por momentos complicados é impossível ficarmos apáticos a isso, ser capaz de se entregar profundamente à dor e ao sofrimento faz parte. É natural. Durante este processo vamos analisando melhor o que nos envolve, nos faz perceber que a resolução muitas vezes possa estar bem a nossa frente. O que se deve ter cautela quando falamos sobre sofrimento é aquela linha tênue que pode nos levar tão fundo que mal enxerguemos a luz ao final, desta forma não estaremos buscando uma melhora significativa, mas sim apenas desistindo de tudo a cada passo dado. Respirar, não deixar se tomar pelo desespero e ser capaz de perceber todos os ângulos de um mesmo problema são aspectos que auxiliam para que haja realmente uma melhora neste plano, e que o ciclo sentimental continue a funcionar. Autocontrole, meus queridos, é possível. Afinal, há aquele ditado que diz “se ainda não deu certo é porque não chegou ao fim”.  Acredito no tempo cada vez mais. E tu, tens este mesmo pensamento? 

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Silêncio

Ainda me deito de lado e fixo meu olhar nas sombras da parede do quarto. Ouço aquelas músicas tristes incessantemente em meus fones de ouvido, não para chorar, apenas para pensar. Claro que as lágrimas são inevitáveis, quando o coração aperta tanto a ponto de tu não ser capaz de se controlar no meio de tanta escuridão e solidão. Só, mesmo que parte de alguém tu ainda se sentes tão só. Duas partes que se unem perfeitamente em uma bela noite estrelada, depois de sonharem separados por tantos anos, mas ainda não estão completos. Ainda não se uniram para toda a vida, apenas por uma noite. Dizem que ter paciência ajuda, parar de sonhar acordado também, mas como evitar isso na calmaria da madrugada neste quarto tão solitário? Parece que o corpo paralisa, o coração dispara e o espírito vaga livre entre as árvores, procurando pelo caminho até encontrar aquele por quem tanto espera.

Poucos podem compreender esse sentimento, muitos jamais sentiram algo assim e a grande maioria apenas se importa consigo mesmas. Não se pode julgar, nem fazer previsões, apenas apoiar aqueles que passam por momentos assim todas as noites e já não sabem esconder aquilo que tanto machuca o coração. Os sonhadores, sempre passando por tempos difíceis. Os sinceros, sempre lutando contra a maldade e mediocridade quase que do mundo inteiro. Os românticos incompreendidos, que acreditam acima de tudo que cada atitude que demonstre seu amor pode acarretar em uma grande mudança para si e para os outros. Acreditem, essas lágrimas guardam mais amor do que tristeza. Respire.

quarta-feira, 14 de maio de 2014

Gratidão

Sinto cada vez mais que sou uma guria de sorte, de verdade. Sabe aquele papo de intuição? Se tu não sabes do que estou falando ou não acredita, meu querido reveja teus conceitos sobre a vida. Sério! Quando tu percebes que todas as coisas estão de alguma forma interligadas, que situações não ocorrem apenas pelo acaso e que tua vida tomou um rumo totalmente diferente do que tu imaginas ou esta exatamente do jeito que sempre desejastes, tudo começa a fazer sentido. Pare e pense um pouco em tudo o que tu tens feito, as pessoas fantásticas que estão ao teu lado, mesmo distantes fisicamente, tua família que te aguenta como poucos, teu emprego, as pessoas que te cercam várias e várias horas todos os dias e que acabam desenvolvendo laços afetivos que tu jamais havias pensado que poderias ter. A vida pode ser realmente linda, eu percebi isso. Comigo funciona quando aqueles que me cercam e são extremamente importantes para mim se sentem bem, seja por uma mudança em suas vidas, pela minha companhia ou pela leveza de se sentirem tranquilos e em paz. Faz-me uma imensa diferença se o próximo esta bem, é como se aquele estado no qual ele se encontra pudesse interferir em mim diretamente, de modo negativo ou positivo. Procuro sempre dar o meu melhor para aqueles que estão em contato comigo, mesmo que seja a atendente na livraria. Poxa, mesmo neste curto espaço de tempo nossas atitudes podem influenciar muito mais do que um simples mal humor passageiro, afinal são relações humanas, por que não tratar bem? Acho que com essas atitudes diárias nós também nos sentimos bem por estarmos fazendo o bem e consequentemente essa energia boa acaba voltando para nós. É um ciclo.

Hoje estou naqueles dias felizes, leves que me fazem sorrir. Tenho fé que este caminho pode ser cada vez melhor, com paciência, sinceridade e amor.

domingo, 4 de maio de 2014

Espera

Diante de todas as minhas inspirações para escrever percebo que se algo não anda bem comigo provavelmente nenhuma linha sequer será concretizada, nenhum pensamento será exposto, como tão pouco a transparência do momento em que me encontro. Estranho. Penso que algumas pessoas possuem o controle de suas emoções, controle de poder ser capaz de separar seu pensamento e desta forma sua atenção, focando naquilo que lhe é prioritário. Como se houvesse um botão de ligue/desligue no cérebro, quando fosse desejável tu poderias parar de focar-se naquele problema que lhe tira o sono e simplesmente dormir. Ir para o trabalho e sentir-se totalmente satisfeito com o desenrolar do dia, atendo-se as pessoas daquele círculo e tempo do dia. Sei que algumas pessoas fazem isso tão naturalmente que mal se dão conta desse “dom” tão maravilhoso que possuem. Eu as invejo. Talvez traços de minha personalidade influenciem diretamente para que eu não possa ser desta forma, essa minha mania de me jogar de corpo, alma e coração em tudo sem medir qualquer dano. E não estou falando em relacionamentos (não somente), mas de todos os setores da vida. Irônico usar esse termo “setores da vida”, como se houvesse pastas e subpastas as quais tu divides semanalmente sua vida. Não, não funciona assim. A vida é um turbilhão intenso, contínuo e infindável de pensamentos, sentimentos, oportunidades, sofrimentos, alegrias, experiências ... e pessoas que carregam tudo o que carregamos. Muitas vezes até mais um pouco do que nós. Como ser capaz de ficar ou ser apático a isso tudo? Se alguém tem a fórmula mágica, por favor, entre em contato comigo.
Sinto que existe algo que me dá forças para levantar da cama todos os dias, que me tranquiliza naqueles momentos agonizantes, que me empurra quando penso em parar, desistir ou simplesmente não acreditar que possa dar certo. Não sei explicar o que é, sou descrente de Deus, mas acredito de todo o meu coração no amor. Pode ser isso que me motive tanto, crer. Por mais que pareça impossível, que talvez algo já tenha caído no esquecimento, que certas oportunidades tenham passado, que pessoas tenham desaparecido para sempre como levadas pelo vento, mesmo assim, eu tenho um pensamento positivo. Tudo é mutável, assim como a natureza o ser humano precisa de seu tempo para mudar, amadurecer e perceber aquilo que realmente necessita para se sentir pleno, feliz, bem consigo mesmo e com os outros ao seu redor. O que muito me entristece é que algumas coisas demorem tanto para finalmente darem certo, sabe? Porque acreditar que é possível não anula aquele aperto no coração quando o que tu mais desejas que aconteça acaba demorando muito mais do que o previsto. Fazemos o que podemos, lutamos, conversamos com aqueles mais “chegados”, meditamos, respiramos e esperamos, afinal nem tudo depende somente de nós.

Assim é a vida, “gostosa e divertida” como já dizia a incrível Casa das Máquinas!

domingo, 27 de abril de 2014

Instância

O coração acelera, a respiração torna-se mais profunda, a felicidade é tanta que seus lábios se contraem juntamente com o sorriso tímido que ela se permite ter. Em seu pensamento aqueles olhos que sempre se perdem vendo os dela, vagando absurdamente confortáveis pelos seus pensamentos mais íntimos, como se aqueles olhos fossem os mesmos de outras vidas, tornando-se de uma familiaridade incontestável. O encontro das mãos, o toque leve que aos poucos se entrega totalmente a vontade do sentir humano, o carinho que é dado e retribuído ao mesmo tempo com toda doçura contida. O arrepio que se espalha por todo o corpo apenas pelo contato; o sentimento de proteção apenas com um abraço que se prolonga por minutos e minutos sem qualquer preocupação. Sem pressa. Sem medo. Não há mais nada além daqueles dois corpos que se unem, dois corações que se encontram e uma nova vida que recomeça.

sexta-feira, 25 de abril de 2014

Parágrafo

O respeito mútuo, assim como a confiança, faz parte e é essencial para qualquer tipo de relacionamento humano. Não consigo entender o que se passa na cabeça de alguém que consegue tratar tão absurdamente mal quem diz amar; ferir com palavras tão cheias de fúria, passar uma total falta de preocupação e amor como se fosse apenas uma brincadeira passageira. Não! Não faça isso! Palavras possuem tanto peso quanto atitudes, elas permanecem marcadas no pensamento, no coração de quem as recebeu e fazem feridas que muitas vezes sangram por muito tempo. Machucam tão profundamente que causam uma enorme e desnecessária tristeza em relação a algo que poderia ser conversado calmamente. Sim, manter a calma. Talvez pareça hipocrisia dizer, mas em qualquer situação da vida estar consciente do que esta acontecendo, ser capaz de entender a pessoa que esta diante de ti, compreender o motivo pelo qual ela esta lhe contando tal fato e ter a humanidade de ouvi-la faz uma diferença enorme. Aprenda uma coisa, quando alguém resolve “se abrir” pra ti, contando o que lhe aflige, coisas pessoais ou até mesmo um simples pensamento guardado durante o dia todo se sinta importante para essa pessoa. Ela quer ser ouvida por ti, quer saber tua opinião a respeito e certamente ela quer que tu saibas o que ela esta te contando. Não sejas indiferente, muito menos julgue, apenas ouça e tente compreendê-la. Todos temos nossos motivos para não guardar segredos e sermos sinceros com quem amamos. Reflita, pese o que realmente lhe faz feliz, completo e necessário em tua vida, assim como as pessoas as quais tu desejas ter por perto.

segunda-feira, 21 de abril de 2014

Respire

Não seja apenas mais um, seja real,
Tenha sentimentos reais, atitudes reais,
Deixe o vento bater em tua face, mas realmente o sinta,
Pegue-se rindo incontrolavelmente com alguém,
Permita-se!
Olhe bem nos olhos dela e perceba a imensidão que existe ali dentro,
Seja capaz de entendê-la, de ouvi-la, de amá-la,
Não se esqueça de que ela fará o mesmo por de ti.

Se pensar muito talvez se perca toda a essência da situação,
Não permita que aquele momento seja quebrado, esteja inteiramente nele,
Deixe o medo se esvair pelo ar,
Percorrendo todo seu corpo, seu coração,
E indo embora através de sua respiração.

Não temos controle, lembre-se que o poder é ilusório,
Algo que perdura por anos pode vir a durar séculos,
Jogue-se naquilo que lhe atrai,

Viva e permita-se viver.

domingo, 13 de abril de 2014

Somos quem podemos ser?

Sempre ouço (e até me pego dizendo) que todo mundo muda com o tempo, amadurece, torna-se uma pessoa melhor, mas estive refletindo seriamente sobre esse conceito. Estou quase convencida de que aquilo que nos tornamos durante a adolescência, tudo o que pensamos, o que tomamos como parte de nosso ser, nossas atitudes conosco e com as outras pessoas podem permanecer em nós para sempre. É nesta fase que, de certa forma, moldamos nossa essência como ser humano, começamos a pensar naquilo que realmente nos faz algum sentido e que nunca mais esqueceremos. Claro que na minha época de adolescência eu não fazia ideia dessas minhas concepções presentes, estava tão focada vivendo intensamente cada momento, aquela efervescência da idade, cada novidade que aparecia diante de mim que o que menos me chamaria atenção seria qualquer coisa relacionada com o que eu me tornaria. Mas o fato é que hoje consigo perceber com certa clareza de fatos e ideias o que me disponho a escrever aqui.
Uma pessoa que faz coisas ruins para ela e para os outros durante toda a vida pode ser comparada com alguém que jamais fez algo ruim, mas que dada determinada circunstância o faz. As pessoas não deixam de carregar a bagagem de suas vidas, de seus pensamentos e emoções somente por um desejo de mudança, tudo continua ali, mesmo que bem escondido nelas mesmas, talvez apenas esperando uma chance de se revelar. Algumas pessoas não se importam com a vida alheia, não dão valor para o sofrimento do outro, muito menos se dispõem a ajudar quando podem. É assim que pensam, não fazendo diferença “serem úteis” ou agradáveis com os outros, sem exceção.
O ponto onde eu quero chegar é que por conta dessa falta de possibilidade de mudança muitas vezes pensamos que nos tornamos pessoas totalmente diferentes do que um dia já fomos, mas isso sim é uma grande loucura. Claro que creio no amadurecimento dos pensamentos, das ações, dos objetivos... enfim! Na capacidade de evolução humana dentro de qualquer situação, somente focando no esforço e desejo de não se deixar estagnar com o passar dos anos. A questão é que nossa essência nunca muda, nossos princípios que fazem parte de nós desde cedo, nosso modo de ver a vida, de encarar os fatos inexplicáveis e continuar buscando questionamentos que nos assombram, isso nunca muda. Estou afirmando tudo isso com a única certeza de quem eu sou hoje e de como todos esses aspectos que citei ainda continuam vivos em mim.

Não sei se é sorte ou azar, mas tenho tantas coisas mal resolvidas do meu passado que já não me surpreendo quando me pego com aquele sentimento nostálgico pairando intensamente sobre mim. Talvez nem seja questão de bem ou mal resolvida, apenas uma forma da vida me mostrar que este ou aquele assunto, esta ou aquela pessoa não deveria ter se distanciado de mim, que nossa história não deveria ter acabado do modo como acabou, essas dúvidas infinitas que com o tempo a única importância realmente é fazer aquilo que meu coração mostra que me deixará em paz. Sabe como é, consciência tranquila e sonhos leves durante o sono. Transparecer o que realmente somos, sem fingir, sem enganar, apenas ser o que somos é um grande passo para uma vida menos infeliz. 

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Inquietações - parte 3

     A inconstância de jamais nos tornarmos reflexos de outros corpos, de outras mentes, de outros corações acaba nos perseguindo durante toda a vida. O medo de que ninguém nos consiga enxergar, sentir, querer... nos perturba até mesmo nos sonhos. Quantas horas somos capazes de cogitar o próximo passo, e de repente percebermos que aquele instante, aquela oportunidade simplesmente se foi entre nossos dedos? Somos instigados a cada novo passo, a cada novo olhar perdido na rua durante o simples trajeto cotidiano, não percebemos todos que estão ao nosso lado, mesmo que sem alarde. Deixamos de lado tantas coisas das quais algum dia iremos acabar chorando por nunca termos tido a oportunidade de fazer, conhecer, experimentar, sendo que o que realmente houve nos foi falta total de atenção.

     Quantas tentativas a felicidade nos estampa na cara, nos joga aquele balde de água fria para que sejamos capazes de finalmente ver qual o caminho a seguir e corremos medrosos, desatentos, cansados. A vida pode querer nos testar, nos preparar por anos para que em um dia comum, em obrigações comuns finalmente pegamos aquele caminho mais tortuoso, cheio de pedras e que nos torna “pessoas erradas” perante o resto da sociedade dada as circunstâncias pouco aceitáveis. Mas  tu pensas que talvez seja isso, que o resto não tenha importância nenhuma, afinal é sua vida, sua escolha, seu coração. Por que não?

sábado, 29 de março de 2014

Eles

   Ela liga o notebook crente de que irá ser mais uma jornada incessante de produtividade, muitos textos para revisar, e-mail para responder, pessoas aguardando sua resposta para futuros projetos, eventos que talvez a interesse e alguns novos contatos desejando sua aceitação. Faz questão de colocar tudo em ordem antes de iniciar novos afazeres, então separa um bom tempo somente para que ninguém fique sem sua resposta, mesmo que for apenas uma mensagem carinhosa de um de seus amigos no chat. Feito isso, abre uma nova página do Word e deixa-se levar por aquilo que primeiro lhe vier à mente. Normalmente escrever textos já direcionados não funciona muito bem com ela, pensa que isso pode ser algum tipo de frequência entre sua veia inspiradora e suas convicções, mas não tem muita certeza.
   Diante da página vazia começam a serem inseridas as primeiras palavras, sentindo a confusão entre pensamentos, sentimentos e ideias vagas a envolverem tão profundamente que seus dedos mal conseguem acompanhar aquele passo frenético em que ela se encontra. Mas sem medo aquela linha torna-se um parágrafo, que logo se multiplicam e enchem páginas e páginas inteiras transbordando gotas de sua essência. Não reluta nem por um segundo em expressar todos aqueles pensamentos, ela sabe que precisa colocar tudo aquilo pra fora de sua cabeça, mesmo que sem ser específica, sem citar nomes, sem ser extremamente realista com os fatos. Não se trata apenas de sua vida, existem tantas outras vidas conectadas em cada fato que ela julga ser relevante, imaginem quantas vidas podem existir dentro de um único desejo!
    Pensamentos desconexos a deixam um pouco confusa, fecha os olhos fazendo uma certa pressão na tentativa de que consiga não ser desviada para outros tantos problemas e situações que invadem seu cérebro. Ela tenta, mas já percebe que sua atenção já foi perdida para ele novamente. Ele é o culpado por fazê-la se perder naquele instante, e em tantos outros naquelas últimas semanas. Como não seria? Depois de tantos anos se deparar com um carinho tão imenso que ainda vive, mesmo que silencioso, em dois corações que se julgam tão perdidos pelo tempo e feridos por tantas tentativas fracassadas. Aqueles olhares que sempre denunciaram a vontade incontrolável da presença um do outro, a saudade por cada toque que há tempos já não se encostavam mais, e aquela carência mútua pelas vozes um do outro. Sim, pelas vozes que conseguem acalmar o coração de ambos como nenhuma outra foi capaz mesmo depois de tantos anos.
   Ela abre sua página na rede social, desliza seu olhar para os contatos online e lá esta ele, quieto no seu canto, assim como sempre foi, talvez apenas buscando alguma forma de passar o tempo assim como ela, ou a estaria testando. Sim! Quanto tempo seria capaz de ignorá-lo ali, não começar uma conversa, não lhe enviar alguma indireta? Poderia esse tipo de comportamento ser aceito com tanta facilidade como ser tão incrivelmente paranóico, mas são coisas que passam na cabeça de qualquer mulher em tais situações, ou ao menos na cabeça dela.
    Tudo bem, ele está ali, seguro, mas parece que não se encontra com muita vontade de conversar agora. Ela dá uma boa olhada na foto dele, nos olhos... sorri com um canto da boca, fecha a foto, sai da página e volta para seu texto. Sente que seu coração se acalmou, relembra uma conversa qualquer entre os dois há poucos dias, sente aquela alegria tomar conta por alguns instantes. Decide então parar de pensar nisso, volta para seu último parágrafo, lê novamente e recomeça a escrever.


quarta-feira, 26 de março de 2014

Universo particular

Acordar de um sonho do qual tu não se sentes bem é um pesadelo ou continua sendo um sonho? Incrível como os fatos e pessoas do seu cotidiano podem influenciar tão diretamente em teus pensamentos, decidindo se tua noite de sono será tranquila ou agitada. Meu corpo já perdeu a batalha para a minha mente há tempos, mesmo um dependendo do outro para tudo estar em ordem por aqui, não consegui achar uma forma para essa relação dar certo. Ambos sofrem, ainda mais em uma madrugada dessas onde são 5h e acabo de acordar assustada. É uma sensação horrível...
Uma vez assisti a um dos filmes inspirados em uma das obras de Stephen King, não tenho certeza se era “O apanhador de sonhos”, mas havia uma cena onde a personagem, em uma tentativa desesperada de inibir as ações de uma criatura ruim, organizava alguns milhares de arquivos em sua própria mente. Haviam diversos, cheios de pastas e subpastas que deveriam ser reorganizados antes do ataque da “criatura maligna”. Desta forma a personagem corria com os arquivos dentro de sua mente, escondendo aqueles “itens” mais preciosos de sua memória em um compartimento secreto, onde ninguém nunca teria acesso com exceção dela própria.
Pois bem, quem me dera ter tamanha concentração e conseguir reorganizar todos os meus arquivos. Quantos pensamentos ainda me torturam mesmo depois de tanto tempo, quantas ações deixo de fazer por conta de meus medos guardados de experiências anteriores, quantas pessoas ainda me atormentam com suas lembranças mesmo não fazendo mais parte de minha vida, ao menos não diretamente. São situações das quais eu poderia dizer que seria cômico se não fosse trágico...
Talvez essa minha desorganização total de pensamentos estejam também causando parte de minha infelicidade com a vida, até esses dias comentei com uma amiga sobre exatamente isso. Antigamente não pensava tanto nas coisas, apenas pautava minhas ações conforme os desejos que eu sentia. A satisfação poderia ser apenas momentânea, mas era o instante mais profundo de toda a minha vida. Entendem o que quero dizer? Eu realmente vivia um dia após o outro como se fosse sempre o último. Era excitante, louco, insano! Os melhores e piores dias que ainda posso me lembrar com total clareza dos fatos.
Hoje me sinto tão velha, desempolgada com o restante do mundo e com suas tentativas frustradas de tentar me animar. Não sei bem se é o mundo mesmo ou se sou apenas eu o “x da questão”, mas isso tudo, esse sentimento ruim, esse vazio constante e uma cabeça confusa que não consegue parar de pensar ainda irão me enlouquecer por completo. O que na verdade não seria nada ruim.

sábado, 22 de março de 2014

Inquietações - parte 2

O vento pode bater gelado ou quente,
O sol queimar ou apenas esquentar;
Tu podes se trancar no quarto ou sair de casa,
Podes encontrar alguém conhecido na rua ou somente andar.
Talvez alguém do seu passado ressurja ou nunca mais tu ouvirás falar,
Uma conversa pode durar horas ou em instantes acabar,
Com uma única palavra teu coração pode gritar ou apenas continuar a bater,
Quem sabe aquela pessoa resolva ser sincera ou apenas tentar te enganar novamente.
Depois da madrugada, fechar os olhos pode ser a morte ou um novo começo,
De repente o sonho pode ser bom ou ruim,
Há uma chance de ser verdade ou tu somente irás abstrair.
O dia amanhece e tu podes esquecer ou não esquecer,
Pensar ou não pensar,
Tentar ou não tentar,
Enganar a si mesma ou não,
Decidir continuar a viver ou não;

Escolha, faça sua melhor escolha e não se arrependa de nunca ter tentado.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Envelheço na cidade

     Lembro-me em minha adolescência de ouvir os outros, geralmente mais velhos que eu, dizendo que as atitudes e pensamentos se tornariam reais, assim como haveria um “julgamento” da vida a respeito de sua conduta. Se fosses bom com os outros, não sacaneasse nem nada do tipo certamente tua vida seria boa também, mas não bastava fazer o bem pensando na recompensa. Achava aquilo relevante, conhecia tanta gente aquele tempo que era “gente boa” e nunca fiquei sabendo de que algo ruim havia passado com elas.
     Agora que já sou adulta (ao menos é o que as estatísticas/teorias sobre idade mostram) entendo bem essa conversa toda. Passei por momentos inacreditáveis na vida de uma pessoa, horas que a única vontade é de “fugir para as colinas” e nunca mais voltar. Pessoas boas não deixam de se ferrar, de sentir tristeza e de chorar, na verdade é bem o contrário. Como o restante da população idiota no mundo não valoriza os sentimentos humanos sempre acaba sobrando para nós, como se fosse um fardo infindável da vida. Na verdade com o passar dos anos tu percebes que a única pessoa que saberá lidar com serás tu mesma, decidindo entre sofrer com isso ou tirar proveito e viver tranquilamente. Mas lembre-se, não é fácil.
     O que sempre esperei lá no fundo sendo a pessoa que sou era estar rodeada de pessoas semelhantes a mim, verdadeiras, alegres, positivas... somente isso. Talvez eu andasse tão preocupada com quem eu convivia, conhecia e me relacionava que perdi a noção do tempo. De repente eu já havia conseguido o que eu tanto almejava, bastou olhar pro lado e ali estavam eles. Amigos, irmãos, primos, pessoas tão queridas em meu coração que finalmente me fizeram entender o quanto estamos conectados nesta vida e que eu já não preciso ter medo. Foi realmente uma sensação maravilhosa, a única coisa que eu quis naquela hora foi me divertir com todo mundo e ver todos alegres assim como eu estava.

    Minha relação com aniversários sempre foi complicada demais pra ser entendida e muito pouco guardada em minha lembrança pra se ter orgulho. Na maioria das vezes me encontrava sozinha, tendo um dia como qualquer outro, sentindo aquele vazio querendo gritar... mas tudo bem, logo o dia acabaria e tudo passaria. Não é? Aqui entra a importância de se ter pessoas as quais realmente se importam contigo. Pela primeira vez fui surpreendida em “meu dia”, balões, chapeuzinhos, vela, bolo, tudo! Tudo pra mim! Inacreditável! Isso tudo idealizado pela pessoa a qual sinto um enorme carinho, coisa de irmã mesmo, que me conhece tão bem que na maioria das vezes não consigo ver minha vida sem ela. Minha querida, que me mostra todos os dias o valor que eu tenho pra ela e pra todos os meus amigos, me dando a certeza de que estou no caminho certo nesta vida. Foi uma noite linda, jamais irei esquecer esse gesto e todos que estavam envolvidos para a minha felicidade naquela noite. Só posso terminar esse texto dando a certeza de que ser uma pessoa boa não é perda de tempo, muito pelo contrário, se ganha muito mais coisas boas as quais sempre podemos passar a diante.