quinta-feira, 17 de março de 2016

Sendo forte

     Acredite, isso aqui ainda vale a pena. Por mais terríveis que possam ser os seus dias, por mais insatisfeito que estejas com seu trabalho, ou a falta de um, irritado com seu parceiro, com seus pais, com seus irmãos, com seus vizinhos, com a humanidade em si, com tantas questões sem respostas que ainda te perturbam às 2h naquele silêncio quase absoluto da cidade. Mesmo com tudo isso e muito mais acredite, isso pode valer muito a pena. As primeiras providências para se evitar ações errôneas motivadas pelo desespero é falar com alguém o mais rápido possível, desde que não seja aquela pessoa babaca que te faz esperar quase 5 minutos por uma resposta ou para ser atendida ao telefone. Não! Pessoa errada, camarada! Pense naquela pessoa que sempre esta contigo, aquela na qual tu confias e tanto te entende nesta vida. Dada as circunstâncias não será difícil se pensar em quem, pois nessas horas é quase que intuitivo a lembrança. Já sabe a quem recorrer agora, então basta gritar, metaforicamente ou não, mas faça! Compartilhe seu desespero, mostre tudo o que se passa na tua cabecinha complexa e nesse coraçãozinho tão machucado. Fale tudo, com certeza ela vai te ouvir. Depois de desabar, aos poucos, preste atenção no que ela te disser. Realmente leia e interprete cada palavra, ou se for o caso escute. Vá se acalmando, lembre-se de respirar, isso ajuda e muito nessas horas. Com o passar dos minutos tu percebes que não precisa disso tudo, essas lágrimas todas, essa falta de ar... Mas tudo no seu tempo, sem pressa. Cuidadosamente vá saindo dessa posição fetal angustiante, sente-se, enxugue essa cara, respire, levante-se e vá tomar um banho. Quente ou frio, como for de sua preferência, mas sejas carinhosa consigo mesma, limpe-se, curta-se neste momento de se livrar das energias negativas, imaginando que todo esse peso vai caindo assim como a água que vai escorrendo por todo o seu corpo. Sinta-se mais leve, olhe-se no espelho, repare em ti, quão bela és!


   Novamente conseguistes superar a ti mesma em mais um momento de crise, não tenhas vergonha de admitir isso. Seja grata pela alma iluminada que tens ao lado sempre disposta a te ajudar, são esses seres de luz os quais deves valorizar: amigos sinceros. Pense em todos os momentos felizes os quais tivestes até agora em tua vida, as pessoas maravilhosas que tens por perto, até mesmo o cachorro fofinho que se preocupa contigo ao te ver chorando e pula alegremente quando retornas para casa. Pense em tudo isso, ainda vale muito a pena estar viva. Seja forte, fiques bem.

sábado, 6 de fevereiro de 2016

Inquietações - parte 13

Sempre tão óbvio, ali esta ele novamente
Tentando sempre se adaptar ao meio, juntar-se aos outros, tornar-se parte do todo.
Dizem que ele não se parece com ninguém, mas, mesmo assim, o aceitam.
Será que a chave para tudo é justamente não ser adaptável?
O que dizer daquele grupinho que insiste em se prevalecer em tudo a não ser uma única palavra: hipocrisia.
Como se isso não bastasse ainda querem que tu aceites absolutamente tudo, caladinho, sem pensar, sem chorar, sem angustiar... e não ouse em sair do seu cantinho, hein! Trágico.

Nessa merda catastrófica que insistem em chamar de vida ele persiste, muitas vezes nem sabe o motivo, já não sente motivação alguma, muito menos enxerga sentido em levantar-se diariamente da cama. Mas ele continua a levantar, tombo após tombo, desprezando com todas as suas forças o que se denomina por “rotina”, mas faz todos os dias as mesmas coisas.


domingo, 24 de janeiro de 2016

Sobre recordações e solidão

Ninguém te diz o quanto será difícil nascer, apenas somos gerados em algum momento, nos formamos durante um período pré determinado e logo precisamos sair desse aconchegante lugar. Não fazemos ideia do que nos espera do outro lado, mesmo assim somos condicionados a encarar o percurso. Sozinhos, desde o princípio de nossa existência. Com isso, qual o motivo de nos sentirmos incomodados com a solidão? Aquela necessidade de compartilhar bons momentos com outras pessoas, de participar dos sorrisos, sermos lembrados, não se deixar prender pela mesmice, sentir-se realmente e incondicionalmente viva. Reparar que com o passar dos anos muitos se perderam por outros caminhos os quais já não se encontram com os teus, não deixando nenhum vestígio perdido pelos lugares onde costumavam estar, ou qualquer resquício de sua existência. Aos poucos também desaparecendo de nossas mentes, passando de uma vaga lembrança para o total e absoluto esquecimento.

Hoje me pergunto onde estava com a cabeça quando decidi guardar e colecionar recordações em objetos materiais. Isso é totalmente autodestrutivo! Sem contar no acúmulo infinito de coisas as quais apenas uma pessoa é capaz de reunir ao longo dos anos. Quero me desfazer de tudo isso, queimar cartas, fotos e presentes os quais já não signifiquem algo realmente importante para mim. Não preciso passar por tudo outra vez, chorar por motivos que já não fazem qualquer sentido, trazer à tona sentimentos passados e lembrar de pessoas as quais não fazem diferença em minha vida hoje. Creio que não preciso disso para saber que tive uma vida. Quero ser capaz de fazer o contrário, ter cada vez menos bens materiais, coisas desnecessárias dentro de minha casa, pessoas descartáveis e mesquinhas ao meu redor e ser. Apenas ser. Se eu morresse hoje ainda não estaria em paz, e isso sim é um problema. No fim, assim como no começo, estaremos sozinhos. Não?

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Inquietações - parte 12

   Ainda não consegui compreender muito bem, ou de repente somente aceitar, o distanciamento entre as pessoas. Conhecidas, no caso. Amigos que outrora eram inseparáveis, onde havia trocas infinitas de mensagens, encontros, conversas que duravam horas... Ou aqueles que nem eram tão grudados, porém existia aquele laço sincero e bonito que mesmo com a distância física jamais se permitia que a amizade morresse. É desesperador se deparar com a solidão em sua forma mais intensa possível. Os amigos são aqueles que deixam esse peso mais leve, preenchendo nossas vidas com momentos memoráveis, nos acolhendo nos momentos difíceis da vida ou apenas apreciando a companhia mutuamente. Faz falta. Olhar o horizonte e sentir tanta saudade de pessoas que já não fazem muita questão de estarem presentes, não importa a forma, entristece.