domingo, 24 de agosto de 2014

Sobre a ideia ilusória de controle

    A vida é realmente uma sacana. Tu percebes ao longo do tempo que és obrigado a se encaixar em uma série de condicionamentos impostos pela sociedade como forma de seguir tua vida com um pouco de dignidade. Sabe, trabalho, estudo, convívio social e essa chatice toda. Sim, chatice, porque por mais que tu realmente estejas em uma área profissional que gostes, tenha amigos sensacionais e lugares incríveis pra frequentar (o que não é o meu caso) chega uma hora que tu não aguentas esse “tranco” todo. Talvez seja o peso da rotina, a obrigação de sempre estar lá, de fazer tal coisa e de se programar para nunca perder os prazos. Isso é uma coisa extremamente chata! E não me venha falar sobre ordem e responsabilidade que lhe darei um porre de argumentos!
     Além de todos esses fatores os quais mencionei ainda tens que estar preparado para os possíveis contratempos e “surpresas” da vida, o que na verdade em algumas ocasiões pode ser a salvação. Pense comigo, tu esquematizas tua semana inteira, anotas os compromissos, lugares que deves estar, pessoas com as quais precisas falar quando de repente algo sai errado. Simples assim, não depende de ti, foi algo que “aconteceu” e te impede de concretizar aqueles teus planos feitos no fim de semana. E aí, o que tu sentes? Raiva! Esse sentimento que te consome por inteiro e nem mesmo tu tens o controle disso, da mesma forma como não tinhas quando planejou teus compromissos, e menos ainda sobre tua própria vida. Essa é a verdade dos fatos, meus caros! Não temos controle de nada, e aquele que disser o contrário é um babaca iludido.

     Costumo pensar que não envolvendo o lado emocional podemos nos focar melhor, não sofrer e ainda conseguir ter uma visão mais ampla sobre qualquer assunto. Bem, comigo costuma ser assim, de modo que quando acontece algo que me envolva sentimentalmente... socorro! Quem acompanha meus textos pode ter percebido uma dose extra de sofrimento e desespero nos últimos três meses, mais ou menos. Não tem sido fácil, nada costuma ser, mas acho que agora consegui resolver um dos piores problemas sentimentais meus deste ano. Digo que acho porque, como disse anteriormente, não temos controle de nada. O que me importa agora é conseguir continuar a minha vida, ser forte pra suportar o próximo imprevisto e pedindo de todo o coração que seja apenas algum problema no trabalho, porque o coração não se cura tão rapidamente de um corte tão profundo.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

O repensar contínuo

Em algum momento de tua vida já tivestes a impressão de não ter feito nada que fosse realmente relevante? Alguma coisa que lhe deixasse feliz por mais do que um breve momento, que lhe tocasse sinceramente a alma, o coração e te fizesse ter a certeza de que estavas no caminho certo? Momentos como este me atormentam continuamente, não me deixam parar de pensar como teria sido se eu tivesse me comportado de maneira diferente perante tal problema, me assombram com perguntas sobre quem sou hoje, o que me tornei depois de tantos anos e principalmente as pessoas as quais eu sempre nutri sincero amor e que de repente desaparecem de minha vida. Situações que fogem ao nosso controle, mas o sentimento que permanece é aquele de poder ter sido capaz de segurar forte aqueles os quais tanto queria ao meu lado pelo resto de minha vida.
Sinto-me destruída, velha, perdida e com muito medo do que possa acontecer daqui por diante. Não tenho muita certeza da onde estarei daqui alguns anos, se o que estou fazendo hoje é realmente necessário para minha “evolução” como pessoa, mas acho que abrir mão de algumas coisas ao longo do percurso é totalmente válido para se chegar ao ponto almejado. Talvez quando eu conseguir atingir meus objetivos perceba o quanto inútil fui passar tantos anos me dedicando a ele, como deixei passar tantas vezes por mim oportunidades de mudar totalmente o rumo das coisas e o que fiz foi simplesmente ignorar. Pode acontecer. Mas no ritmo que anda minha vida, honestamente, não tenho muitas opções. Quero dizer, nada realmente tem me motivado a ponto de me fazer mudar radicalmente meus planos, não tenho motivos fortes o bastante para jogar tudo pro alto, entendem? Há pessoas que dependem de mim, mesmo que isso pareça meio imbecil de se dizer, e não tenho o hábito de deixar quem depende de mim no vácuo. É uma questão de princípios, de consciência e de medo. Sim, medo. Afinal seria muita prepotência se não assumisse que tenho medo do que ainda não conheço.

Desespera-me saber que cada dia que passa é um dia a menos. Planos que deixei de colocar em prática, pessoas as quais deixei de conversar, sorrisos que deixei de ver, situações que deixei de viver... um dia perdido preso à rotina, fadado ao esquecimento e aos arrependimentos em algum momento no futuro que eu já não terei as mesmas chances de hoje. De ontem, enfim.