Ao longo de nossas vidas quando preferimos cultivar o
bem no lugar do mal, a alegria ao invés da tristeza, preferindo a sinceridade
em qualquer circunstância, o sofrimento cada vez torna-se menor. Como se
realmente fosse algo gradual e dependente daquilo que tu fazes. Atitudes
tomadas precipitadamente, levadas apenas pela necessidade momentânea, falta de
reflexão perante uma grande mudança ou ainda reviravoltas que a vida teima em
nos dar. Qualquer que seja a situação devemos ser maduros o suficiente para
respirar, nos isolar e meditar sobre todas as partes envolvidas. Medir nossos
sentimentos conforme a realidade, estudar as inúmeras possibilidades que nos
são expostas a cada novo passo de nossa vida e somente depois tomar a decisão
final. Escolher o caminho menos árduo ou optar pela estagnação presente nem
sempre significa a resolução dos problemas, na realidade não se trata do
tamanho da dificuldade que deve ser enfrentada para se chegar ao final, mas sim
a resposta mais sensata. Não há um tempo para essa meditação ser feita, algumas
pessoas conseguem passar do estágio do sofrimento ao momento de reflexão em
algumas horas apenas, talvez pela constância da qual sempre passam pelo mesmo
processo. Outras necessitam de alguns dias, isoladas e em sofrimento profundo
para poderem absorver e abstrair tanta dor. Há situações em que esses níveis
não dependem somente da pessoa, uma vez que todos os seres humanos acabam se
envolvendo uns com os outros nesta vida, consciente ou inconscientemente. Nesta
parte de sofrimento o amadurecimento psicológico e sentimental de uma pessoa
influencia ativamente no tempo, como se ela já houvesse lido o mesmo livros
diversas vezes, soubesse qual é o enredo, as personagens, tempo e espaço. O que
pode lhe ser novo são os detalhes, aqueles que a cada nova leitura se acentuam
entre os fatos já ocorridos.
Quando nos percebemos
inseridos em uma vida da qual não nos faz feliz acabamos sentindo uma imensidão
de sentimentos, muitas vezes negativos, que nos confundem, nos desespera e nos
faz ficar sem foco. Desespero. A falta da calma nos impede de pensar, primeiro
erro do ser humano em tais situações. Somos todos mutáveis, assim como a
natureza. Persistir na infelicidade por uma ilusão em se fazer feliz terceiros
é uma atitude tão errônea, como se alguém fosse se sentir completo sendo a
causa da infelicidade de alguém. Claro que existem pessoas ruins as quais esse
tipo de sentimento devem as acompanhar, mas tenho fé que nesta vida muitos
ainda tenham um bom coração. Sabe, aquele desejo de fazer o bem sincero e se
sentir feliz e completo com isso. Assim que me sinto, é esse meu impulso diário
para unir forças contra a preguiça, a tristeza, a solidão... quando
centralizamos nosso pensamento em atitudes positivas nosso corpo se enche de
positividade também, e é possível até perceber pequenos sinais da vida te
retribuindo isso. Creio que esteja
ligado, já mencionei em outras instâncias a possibilidade de se existir um
ciclo na vida em relação a todas as nossas atitudes, da mesma forma para mim
isso é válido quando falamos de sentimentos, da dor. Quando passamos por
momentos complicados é impossível ficarmos apáticos a isso, ser capaz de se
entregar profundamente à dor e ao sofrimento faz parte. É natural. Durante este
processo vamos analisando melhor o que nos envolve, nos faz perceber que a
resolução muitas vezes possa estar bem a nossa frente. O que se deve ter
cautela quando falamos sobre sofrimento é aquela linha tênue que pode nos levar
tão fundo que mal enxerguemos a luz ao final, desta forma não estaremos
buscando uma melhora significativa, mas sim apenas desistindo de tudo a cada
passo dado. Respirar, não deixar se tomar pelo desespero e ser capaz de
perceber todos os ângulos de um mesmo problema são aspectos que auxiliam para
que haja realmente uma melhora neste plano, e que o ciclo sentimental continue
a funcionar. Autocontrole, meus queridos, é possível. Afinal, há aquele ditado
que diz “se ainda não deu certo é porque não chegou ao fim”. Acredito no tempo cada vez mais. E tu, tens
este mesmo pensamento?
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