sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Inquietações - parte 7

Ser capaz de sentir teu coração gritando com tanta força a ponto de congelar os sentidos faz com que tu já não tenhas controle sobre si mesma. Nada te instiga real interesse, as situações do cotidiano agora não te afetam mais, os dias perderam a cor, o brilho, e tu apenas consegues apreciar a beleza da penumbra. Talvez a Lua esconda tantos segredos que ainda lhe desperte alguma curiosidade. Talvez ainda exista algo, mesmo longe, mesmo há quilômetros de distancia que possa lhe completar algum dia, mas ter esperança demais depois de tanta desilusão pode não ser o mais recomendável pra ti. Tentar buscar o que sobrou depois de tudo, procurar algum resquício de sentimento em ti para tentar usar isso como suporte para se levantar não tem sido nada simples. Para uma pessoa que se sentiu perdida durante toda a vida, de repente se encontrou e logo em seguida se perdeu novamente isso não é tarefa fácil. De certa forma tu acabas perdendo um pouco a fé nas pessoas, se obrigando a acreditar que não possa ser diferente, se fechando mesmo que involuntariamente em si própria. Assim, naturalmente. Acaba matando toda a sua essência, suas esperanças, seus sonhos, tudo simplesmente se vai. Murcha, apodrece, tal como sua alma e seu coração. 

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