segunda-feira, 7 de abril de 2014

Inquietações - parte 3

     A inconstância de jamais nos tornarmos reflexos de outros corpos, de outras mentes, de outros corações acaba nos perseguindo durante toda a vida. O medo de que ninguém nos consiga enxergar, sentir, querer... nos perturba até mesmo nos sonhos. Quantas horas somos capazes de cogitar o próximo passo, e de repente percebermos que aquele instante, aquela oportunidade simplesmente se foi entre nossos dedos? Somos instigados a cada novo passo, a cada novo olhar perdido na rua durante o simples trajeto cotidiano, não percebemos todos que estão ao nosso lado, mesmo que sem alarde. Deixamos de lado tantas coisas das quais algum dia iremos acabar chorando por nunca termos tido a oportunidade de fazer, conhecer, experimentar, sendo que o que realmente houve nos foi falta total de atenção.

     Quantas tentativas a felicidade nos estampa na cara, nos joga aquele balde de água fria para que sejamos capazes de finalmente ver qual o caminho a seguir e corremos medrosos, desatentos, cansados. A vida pode querer nos testar, nos preparar por anos para que em um dia comum, em obrigações comuns finalmente pegamos aquele caminho mais tortuoso, cheio de pedras e que nos torna “pessoas erradas” perante o resto da sociedade dada as circunstâncias pouco aceitáveis. Mas  tu pensas que talvez seja isso, que o resto não tenha importância nenhuma, afinal é sua vida, sua escolha, seu coração. Por que não?

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