quarta-feira, 26 de março de 2014

Universo particular

Acordar de um sonho do qual tu não se sentes bem é um pesadelo ou continua sendo um sonho? Incrível como os fatos e pessoas do seu cotidiano podem influenciar tão diretamente em teus pensamentos, decidindo se tua noite de sono será tranquila ou agitada. Meu corpo já perdeu a batalha para a minha mente há tempos, mesmo um dependendo do outro para tudo estar em ordem por aqui, não consegui achar uma forma para essa relação dar certo. Ambos sofrem, ainda mais em uma madrugada dessas onde são 5h e acabo de acordar assustada. É uma sensação horrível...
Uma vez assisti a um dos filmes inspirados em uma das obras de Stephen King, não tenho certeza se era “O apanhador de sonhos”, mas havia uma cena onde a personagem, em uma tentativa desesperada de inibir as ações de uma criatura ruim, organizava alguns milhares de arquivos em sua própria mente. Haviam diversos, cheios de pastas e subpastas que deveriam ser reorganizados antes do ataque da “criatura maligna”. Desta forma a personagem corria com os arquivos dentro de sua mente, escondendo aqueles “itens” mais preciosos de sua memória em um compartimento secreto, onde ninguém nunca teria acesso com exceção dela própria.
Pois bem, quem me dera ter tamanha concentração e conseguir reorganizar todos os meus arquivos. Quantos pensamentos ainda me torturam mesmo depois de tanto tempo, quantas ações deixo de fazer por conta de meus medos guardados de experiências anteriores, quantas pessoas ainda me atormentam com suas lembranças mesmo não fazendo mais parte de minha vida, ao menos não diretamente. São situações das quais eu poderia dizer que seria cômico se não fosse trágico...
Talvez essa minha desorganização total de pensamentos estejam também causando parte de minha infelicidade com a vida, até esses dias comentei com uma amiga sobre exatamente isso. Antigamente não pensava tanto nas coisas, apenas pautava minhas ações conforme os desejos que eu sentia. A satisfação poderia ser apenas momentânea, mas era o instante mais profundo de toda a minha vida. Entendem o que quero dizer? Eu realmente vivia um dia após o outro como se fosse sempre o último. Era excitante, louco, insano! Os melhores e piores dias que ainda posso me lembrar com total clareza dos fatos.
Hoje me sinto tão velha, desempolgada com o restante do mundo e com suas tentativas frustradas de tentar me animar. Não sei bem se é o mundo mesmo ou se sou apenas eu o “x da questão”, mas isso tudo, esse sentimento ruim, esse vazio constante e uma cabeça confusa que não consegue parar de pensar ainda irão me enlouquecer por completo. O que na verdade não seria nada ruim.

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