quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

A verdade que assombra

Sempre ouvi e li pessoas dizendo o quanto era “duro” ser adulto e que ninguém te falava a “real”. Hoje eu entendo as duas coisas. Ninguém quer falar como a vida muda totalmente quando tu precisas pagar as próprias contas, comprar comida e produtos de higiene, limpeza e todo o resto pra sobreviver, muito menos o quão desorientado tu ficas quando percebes que és o único responsável por sua vida. Isso é pesado demais! Liberdade por vezes é muita responsabilidade pra uma cabeça que mal se “achou” no mundo, e com isso vem mais um mar de outros questionamentos a serem feitos. Basicamente uma questão que leva à outra que aflora outra em um ciclo infindável de questões, e tudo isso na tua própria cabeça, a mesma que nem sabe cozinhar um feijão sem queimar!
Não basta ser uma pessoa “ferrada” dentro desse sistema que te suga, te constrói para render algo em benefício dos próprios malditos que estão no poder, te fazendo acreditar que precisas “ser alguém”, estudar, ter um emprego, ter sucesso, ter dinheiro e conseguir a tão almejada felicidade. Esse sistema que instaura em ti uma ansiedade sem fim e a instabilidade emocional recorrente, te fazendo acreditar que não passas de um m* por não ter títulos, por não ter passado naquele concurso, por não conseguir lidar com as suas próprias emoções e/ou por não conseguir agradar todo mundo. Em meio a tudo isso tu ainda tens que “saber lidar”com o fato de ser mulher. Ah! Coitadinha dela! Não esta no padrão de beleza, ninguém vai querer “ficar”com ela, ou dar uma oportunidade de emprego por ser gorda, ou por ser alta, por ser negra ou por ter alguma deficiência, ela não serve. Não interessa se ela é inteligente, o que importa é que não esta no padrão. A vida bera os trinta e o que tu fez dela? Qual é o plano? Ainda não casou, nem teve filhos, não consegue parar de ser tão triste...

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