segunda-feira, 18 de setembro de 2017

Caixas

     Guardar recordações de momentos, lugares e pessoas que passaram por nós pode ser uma forma de termos pequenas caixas de saudade, que com o passar do tempo se enchem de poeira e apenas servem para ocupar um espaço desnecessário. Durante muitos anos eu guardei várias caixas, hoje não tenho tanto apego, aprendi a valorizar todo o espaço que tenho, físico e emocionalmente. A gente começa a viver bem melhor depois que se entende a real necessidade de todas as coisas acumuladas, desapegar torna-se algo tão natural como lavar uma louça. Não falo isso pela moda minimalista a qual passamos, mas sim por consequência de anos de reflexão sobre meu próprio ser. Coisas materiais perdem o valor da mesma forma que as relações afetivas quando não são tão importantes, elas se desgastam sozinhas apenas com o passar do tempo. Desgastam, desaparecem. Depois de um bom tempo percebemos o quanto o contato com certas pessoas, ou a quantidade de objetos acumulados, ou até mesmo hábitos antigos deixados para trás não nos afetam. Como se nunca estivessem tido espaço algum em nossas vidas.
Ser capaz de criar raízes não significa estar de acordo de como tudo ao seu redor esta, da maneira como se vive e das pessoas as quais te cercam, mas se sentir inteiramente confortável e satisfeito de como elas estão. A mudança faz parte do processo dessa busca, ninguém escapa, não adianta relutar. Hoje me vejo muito melhor do que estava anos atrás, mas ainda existem muitas coisas que me tiram o sono. Ficar estagnada, arrastando amigos, namorados e todas as demais situações inúteis somente nos atrasa como partes de nossa própria evolução interior. Pense nisso.

Um comentário:

  1. Lindo texto. Pena que sou diferente e guardo algumas caixas dos bons momentos que eu tive =)

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