Acredito
no arrependimento, depois de certo tempo somos capazes de avaliar com
mais calma determinados assuntos e nos depararmos com escolhas
erradas, palavras ditas sem necessidade, oportunidades perdidas e
tudo mais. De certa forma, faz parte do processo de amadurecimento.
Porém seria muito egoísmo de nossa parte, até mesmo infantilidade,
esperar que, ao se tratar de outras pessoas, esperarmos outra chance.
Ninguém é obrigado a nos conceder isso, em hipótese alguma. Tudo
bem que depende muito mais da pessoa em questão, eu mesma já fui
flexível neste aspecto inúmeras vezes, mas em determinada altura da
vida, depois de tantas tentativas a gente acaba desistindo. Sabe,
deixando o vento levar pra outra direção. O desgaste é bem mais
relevante do que persistir novamente em uma situação que já te
tomou tanto tempo e esforço. Da mesma maneira que eu decido por fim
a determinado assunto envolvendo outra pessoa, por exemplo, o outro
em questão também esta no seu direito de prosseguir tentando. Não
é uma questão de certo ou errado, isso é relativo aqui, o que esta
em foco é a decisão de cada um, as quais devem ser respeitadas.
Resolvido isso o que sobrar, como insistências de uma das partes,
serão apenas tentativas vazias e errôneas. Se aqui cabe um bom
conselho: não insista, apenas esqueça.
Talvez
estejas me questionando sobre os sentimentos que estão inseridos
neste caso, de como ser capaz de conviver sob tal pressão
psicológica, tortura mental, saudade... Pois novamente te digo:
esqueça. Não que seja fácil, ainda mais se fores um daqueles
sentimentais dramáticos (bem perto do que sou) onde tudo faz
lembrar, reviver, adoecer, sofrer. Por mais horrível que seja,
esqueça. Acredite, o tempo ajuda bastante, mas não espere que ele
faça tudo. Comece a fazer as coisas habituais de uma forma
diferente. Mude o caminho, os ambientes, conheça pessoas, lugares.
Perca tempo com coisas triviais ao seu ver, quem sabe em uma dessas
tu comeces a perceber quantas coisas existiam sempre bem ao seu redor
e nunca percebestes. Tente, esvazie a mente, liberte este coração e
viva. Se cuide, seja cauteloso, mas não deixe de viver por conta
disso. Todos estamos cada vez mais próximos de não mais existir,
qual o sentido de não estarmos abertos e propensos ao desconhecido?