Um papel em branco às vezes parece a coisa mais
difícil para mim, acontece uma necessidade das palavras surgirem ao mesmo tempo
em que os sentimentos, confusos, não sabem ao certo o que dizer. Estranho,
porém sincero. E praticamente impossível de conter. Tal como a vida, por mais
que tu tentes ir por um caminho o qual não tens certeza se queres mesmo ir tudo
pode travar, dar errado, não fluir. Ou tentar se fechar para o mundo, para as
pessoas apenas por pensar que já viveu demais, sofreu demais e agora não tens
motivo para passar por tudo de novo. Mas na verdade isso é uma grande tolice,
as pessoas são diferentes, possuem seus próprios mundos internos e alguns
desejam desesperadamente dividir toda essa essência com alguém. Como saber
quem? Não há meios disso, mas estar aberto às novas experiências, sinceramente e
de coração aberto pode ser incrível. Não esperar nada além de uma boa
companhia, uma noite agradável fora do quarto (ou dentro dele se for com
alguém) para deixar a solidão e o tédio de lado. Mesmo que por uma noite, mesmo
que tu não estejas tão empolgado. Por que não?
Aos poucos estou conseguindo ter essa nova percepção
sobre as coisas e as pessoas, pois por muito tempo, já desacreditada, me
fechei, de certa forma, para o mundo. Sinto que pode ser novos tempos, e que
muitas situações e pessoas já perderam seu sentido para mim. Simplesmente acabam,
passam, se vão. E não pretendo prender aquilo que precisa seguir, muito menos a
mim mesma.