Ah, o fim do ano! Essa época que nos faz sentir tão pequenos, tão
tristes, tão sozinhos. Cai sobre nossos ombros todo o peso das derrotas que
sofremos, todas as perdas, as oportunidades que deixamos passar, as escolhas
erradas, aquelas pessoas que tanto queríamos ao nosso lado por toda a vida, as escolhas
certas e as erradas. Tudo volta na tua mente, te fazendo pensar incessantemente
sobre o que fizestes neste ano, quão útil tu fostes, quantas atitudes boas
tivestes, quais foram teus pensamentos negativos e palavras ruins que
pronunciastes aos outros, como também quantos dos teus objetivos traçados
conseguistes alcançar. Podes pensar que és um fracasso total, um ser tão
repugnante se arrastando pela terra e que mal consegue terminar algo que
começou, que não consegue se livrar daquilo tudo que já não faz parte de sua
vida, mas que insistes tanto em carregar consigo. Ou talvez possas ter uma
perspectiva um pouco menos dolorosa, perceber que ajudastes tantos que
precisavam de ti, que fizestes aquilo que estava ao teu alcance, que destes o
teu melhor. Por que não? Se isso for realmente a verdade não há problema em se
sentir grato.
Chorar faz parte de meu ser, gosto de pensar que há tanto guardado em
mim que meu espírito explode e as lágrimas escorrem como um meio de expelir
tanta emoção, tanto sofrimento, tanto amor. Ou talvez eu seja apenas mais uma
chorona no mundo, mais uma alma perdida dentre tantos pensamentos que já não
consegue enxergar um rumo certo. Na verdade não consigo aceitar que exista o
certo e errado, é tudo tão relativo! Acredito que exista amor, que o carinho
seja necessário e que os sonhos possam se transformar em realidade. E tu, em
que acreditas quando estas sozinho?