domingo, 30 de novembro de 2014

Sobre amigos e desconhecidos

Não preciso estar distante de alguém para sentir sua falta, pois a cada momento em que aprecio a companhia da pessoa costumo guardar fracionadamente tudo o que sinto naqueles instantes. Como se fossem páginas em branco sendo preenchidas com doses de amizade, amor, afeto, cumplicidade e atenção. Sou capaz de estar em tantos lugares ao mesmo tempo, multiplicada em espírito, lembrança, pensamentos e tantas outras formas de apreciação que me fogem definições. Guardo cada exata sintonia, cada pensamento compatível, conversas descontraídas e fico revivendo um após o outro. Talvez pareça nostálgico, de certa forma o é, mas essa construção solitária de métodos para se manter vivo tem funcionado bem até agora. Lembrar, reviver e ser capaz de ter fé novamente e novamente.

Aqueles mais próximos a mim sabem que valorizo as relações, sejam afetivas ou profissionais. Somos todos seres que necessitam de afeto, de atenção, não importa a ocasião. Sempre procuro oferecer meu melhor, até em dias os quais eu não estou muito bem. Afinal nem todos sabem dos meus problemas, como eu não sei dos outros. Ser capaz de pensar nisso todos os dias e em todas as pequenas etapas da vida faz uma grande diferença em nossa vida e na vida dos outros. Às vezes me afundo no fracasso de não poder ajudar todo mundo, mesmo tentando quase que compulsivamente. Sinto-me mal com isso, fico sinceramente triste. Gostaria que mais pessoas pensassem um pouco mais nas outras pessoas que os cercam diariamente, sejam familiares, amigos, colegas, enfim. O mundo precisa de muito mais cumplicidade e amor do que vemos hoje em dia. É terrível ficar pensando nisso, pesa muito nos ombros. Consolida-se como uma luta diária e infindável. Que eu continue firme, que encontre sempre a força que preciso.

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